A queda na produção e no preço do minério de ferro em 2012 fez a MMX, empresa de mineração do grupo EBX, de Eike Batista, amargar um prejuízo de R$ 795,7 milhões no ano passado.
A perda representa um aumento de 36.892% em relação à que a empresa teve em 2011 (R$ 2,1 milhões).
O prejuízo chega em um momento de crise de confiança do mercado de capitais sobre o grupo de Eike Batista, que viu o valor de mercado das suas empresas encolher no ano passado, fazendo com que o empresário deixasse de fazer parte das cem pessoas mais ricas do mundo, segundo ranking da Bloomberg.
Há dez dias, Eike selou um acordo com o BTG Pactual, do banqueiro André Esteves, que se comprometeu a abrir uma linha de crédito ilimitada, além de prestar “consultoria financeira estratégica” às empresas do grupo.
A parceria foi recebida pelos investidores como um “socorro privado” a Eike, que não teria mais condições de obter financiamento do BNDES. O banco estatal aportou mais de R$ 8,1 bilhões nas empresas do grupo e tem participação na MMX, na MPX (energia), na CCX (carvão), na OGX (petróleo) e na SIX (de semicondutores).
No caso da MMX, a receita caiu 22%, para R$ 850,6 milhões em 2012. A MMX atribui isso ao valor do minério de ferro, que atingiu o preço mais baixo desde que se abandonou o sistema de precificação anual, chegando a US$ 88,50/tonelada métrica.
A empresa observou, no entanto, que em 6 de setembro de 2012 o preço se recuperou e subiu mais de 60% ao longo do quarto trimestre, fechando o ano em US$ 144,50 a tonelada métrica.
Desconfiança – A MMX justificou o aumento do prejuízo como efeito principalmente do reconhecimento das perdas, no quarto trimestre, obtidas com a desistência do projeto da companhia no Chile, de cerca de R$ 224 milhões.
Com isso, o endividamento da empresa saltou de R$ 992,2 milhões para R$ 2,7 bilhões em 2012, superando o próprio patrimônio líquido, de R$ 2,4 bilhões.
O empresário teve de fazer um aporte de R$ 300 milhões na mineradora e conseguiu elevar o caixa da MMX em R$ 488 milhões.
Os investimentos em obras do Superporto Sudeste demandaram recursos da ordem de R$ 256 milhões e os investimentos no projeto Serra Azul somaram o montante de R$ 310 milhões. (Folha)