Ex-prefeito de Camaçari por dois mandatos e ex-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Luiz Caetano (PT) admite o momento de ampla articulação, na tentativa de viabilizar o seu nome e ganhar musculatura para a disputa ao governo estadual em 2014.
Sem temer impasses, a exemplo dos burburinhos que dão o secretário da Casa Civil, Rui Costa, como o favorito do governador Jaques Wagner, ele disse que respeita as estratégias de cada um.
Em entrevista à Tribuna da Bahia, Caetano disse que seguirá a cartilha do ex-presidente Lula e nesse trabalho de conquista conversará com todos, inclusive com o PMDB estadual, que hoje é oposição. O ex-prefeito considera que a falta de um nome de peso pode facilitar a sucessão petista ao Palácio de Ondina.
Nesta entrevista, o petista não titubeia ao tecer críticas à gestão de Wagner, principalmente à área de comunicação, e ainda sugere maior descentralização para a garantia da sucessão. Em um dos trechos, ele chega a convocar o governo a ajudar mais os prefeitos.
Por fim, o ex-prefeito chama de “factoide” o início da administração do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Ele aposta que o democrata sai para a disputa ao governo do Estado.
O PT tem quatro nomes na disputa. De que forma pretende se viabilizar?
Luiz Caetano – Bem, aqui na sucessão chegou a ter oito nomes, e eu tive a paciência e competência de debater com cada um e no final unificamos, concluindo em um nome. Eu acho bom o PT ter quatro nomes, e tem quatro bons nomes, cada um com experiência em uma área. Isso é bom para o PT, bom para o governo do estado. Não precisa ter estresse. Eu estou trabalhando o meu nome sem estresse. Estou construindo uma agenda extremamente positiva. Nós temos que pegar a partir do avanço que o governo Wagner teve aqui na Bahia e trabalhar um projeto mais avançado, mais empreendedor, um projeto mais interno no sentido de consolidar a Bahia. Portanto, eu pretendo me consolidar discutindo uma agenda nova, mais avançada no sentido de gestão, com todas as forças políticas do estado da Bahia, a começar pelo meu partido, o PT. O meu foco agora é discutir com o PT, discutir com os militantes e trabalhar o sonho dos militantes, construir esse sonho com mais firmeza para ganhar musculatura, ganhar a convenção do partido para me indicar a candidato ao governo do estado.
A falta de um mandato dificulta essa articulação?
Caetano – Não porque eu sai de um governo de sucesso em Camaçari. Eu fui eleito prefeito em 2004, sendo reeleito em 2008, elegi o sucessor, ajudei a eleger a sucessão na UPB e fiquei muito conhecido na Bahia pelo trabalho que fiz em Camaçari e na UPB. Hoje estou construindo uma agenda sem mandato, e isso é possível como Lula fez, ajudando inclusive aos municípios, no sentido de discutir e de planejar a gestão, buscando a cultura do empreendedorismo, do desenvolvimento e da inovação e isso me dá uma condição e uma estrada aberta para eu percorrer. O mandato (a falta) neste momento não está interferindo muito porque eu já construí uma estrada, estou andando pela estrada que eu já construi, e quem sabe aonde quer chegar encontra um caminho e busca um jeito de caminhar, mas isso eu só vou encontrar quando eu conseguir agregar mais força e musculatura a essa candidatura.