O promotor Henry Wagner Vasconcelos pretende pedir hoje a condenação do goleiro Bruno por todos os crimes dos quais ele é acusado: homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado do bebê Bruninho e ocultação de cadáver de Eliza Samudio. Segundo ele, Bruno não confessou, embora tenha delatado o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O representante do Ministério Público já adiantou que vai recorrer caso o réu receba algum benefício de redução de pena, como ocorreu com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, que confessou sua participação no crime e acusou o ex-chefe de ser o mandante. Já a defesa aposta em pena menor que a do ex-braço direito do goleiro.
Henri Wagner diz esperar uma “condenação exemplar, tangenciando 30 anos de prisão”. “Vou pedir por todos os crimes e acho que ele terá como base os 20 anos de homicídio qualificado de Macarrão, mas, enquanto este teve atenuantes, Bruno terá agravante pelo mando. Com relação ao sequestro, Macarrão pegou três anos, mas pelo fato de Bruninho ser filho do réu também há o agravante. Macarrão não foi condenado pela ocultação, mas havia o prenúncio deste crime, quando Eliza gravou um vídeo lembrando que Bruno disse: ‘Se eu matar você e jogar seu corpo em qualquer lugar, ninguém vai ficar sabendo’.”
O promotor pretende trabalhar ainda com a presença de Bruno na cena do crime, apresentando elementos que comprovem que ele acompanhava seu primo Jorge e Macarrão, quando eles levaram Eliza para a morte. Segundo o promotor, um controle da portaria do condomínio onde fica o sítio mostra que o goleiro chegou cinco minutos antes de Macarrão à propriedade, em um New Beetle amarelo. Na Pampulha, há ainda o registro de uma ligação do celular de Jorge para o telefone de Dayanne. “Era Bruno, convencendo-a de cuidar da criança”, sustenta. (Estado de Minas)