O pagamento de auxílio-moradia a parlamentares tornou-se sinônimo de farra com dinheiro público nas Assembleias Legislativas brasileiras. Deputados estaduais de sete estados recebem todo mês no contracheque a verba sem que haja qualquer controle sobre se eles tiveram ou não esse tipo de despesa.
A conta para o contribuinte chegará neste ano a R$ 11,5 milhões. A remuneração é dada de forma automática e indiscriminada a todos os parlamentares, inclusive para aqueles que têm residência fixa nas cidades onde ficam os Legislativos, o que, em princípio, dispensaria o benefício.
Adotam a prática polêmica as Assembleias Legislativas de São Paulo, Maranhão, Bahia, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Mais do que moradia garantida, há deputados que têm diversos imóveis residenciais nas capitais e, mesmo assim, são contemplados com a verba.
Pelo país, os números mostram que, se a verba fosse paga com mais rigor, a economia para os Legislativos seria relevante. No Maranhão, por exemplo, ela chegaria a 44%. Neste ano, o estado deverá desembolsar R$ 1,1 milhão com a regalia. São Paulo reduziria pelo menos em um terço a despesa de R$ 2,5 milhões prevista para este ano.
Na Bahia, segundo a assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa, 90% dos deputados estaduais têm residência em Salvador. (O Globo)