Até a noite desta segunda, 126 pessoas estavam hospitalizadas por causa da tragédia da boate Kiss. Dessas, 74 estão em estado grave e ocupam leitos de UTIs. Um dos pacientes deixou a terapia intensiva nesta segunda. A maioria dos internados sofre por causa de intoxicação da fumaça no momento do incêndio.
– Cerca de 20% dos pacientes em estado grave têm queimaduras também, mas todos foram intoxicados – disse o secretário estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni.
Entre os que estão na UTI, 30 se encontram em hospitais de Santa Maria e 44 em Porto Alegre e Canoas. Todos esses pacientes necessitam de respirador mecânico.
Segundo o diretor do departamento de coordenadoria de regionais da Secretaria Estadual de Saúde, Marcio Slaviero, os pacientes que foram levados para Porto Alegre e Canoas são os que necessitam de mais cuidados.
– Eles estão no que chamamos de UTI 3.
Os sintomas da intoxicação, conhecida como pneumonia química, podem surgir muitas horas depois do contato com a fumaça.
– Hoje não tivemos ninguém que procurou atendimento, mas estamos preparados. Há possibilidade de atender mais 30 pessoas em UTI em Santa Maria – afirmou o secretário.
Quarenta e seis feridos no incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, foram transportados em aviões e helicópteros e estão internados em hospitais de Porto Alegre. Segundo o secretário municipal de Saúde de Porto Alegre, Carlos Henrique Casartelli, todos se encontram em estado grave.
– (Estão hospitalizados) pelo menos de 12 a 14 em situação muito grave. Mas, em Porto Alegre, não tivemos nenhum óbito – disse.
Oito hospitais públicos e particulares da capital e da Grande Porto Alegre foram mobilizados para receber as vítimas, disponibilizando 60 leitos. Há a expectativa da chegada de mais seis feridos ainda nesta segunda-feira.
A pedido da presidente Dilma Rousseff, com quem o prefeito José Fortunati se encontrou à tarde em Brasília, a prefeitura da capital gaúcha passou a coordenar o atendimento aos parentes das vítimas da tragédia que estão na cidade. Hotéis ofereceram vagas para recebê-los gratuitamente, segundo Casartelli. Durante a madrugada, a primeira mobilização para recebê-los foi de uma página no Facebook, que organizou um serviço de hospedagem, reunindo 420 locais.(O Globo)