Com um crescimento menor do PIB previsto para os próximos anos, a estimativa é que o salário mínimo, que serve de referência para cerca de de 45 milhões de trabalhadores, também tenha reajustes mais baixos nos próximos anos. Entre 2013 e 2015, o trabalhador deixará de receber cerca de R$ 245, em comparação com o que era previsto no final de 2011, de acordo com cálculos feitos pelo G1.
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Isso acontece porque, pelo formato escolhido pelo governo, o salário mínimo é reajustado com base na inflação (calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC) e no crescimento da economia (o PIB) de dois anos antes. Como o crescimento do PIB de 2012 deve ficar bem abaixo do previsto daquele ano, o salário mínimo de 2014 será influenciado negativamente. Para 2013, o salário mínimo foi fixado em R$ 678. A perda entre 2013 e 2015 pode chegar a R$ 245,31 para o trabalhador.
Veja, a seguir, os cálculos feitos com base nas previsões do mercado (as melhores disponíveis) para o PIB e INPC de um ano atrás, em dezembro de 2011, e as expectativas para os mesmos indicadores feitas em igual mês de 2012.
Correção do salário mínimo ano a ano – No fim de dezembro de 2011, o mercado financeiro, por exemplo, previa uma taxa de crescimento de 2,87% para o PIB daquele ano (utilizado na correção do salário mínimo de 2013), além de um INPC de 5,39% para 2012. Somando os dois, a correção do mínimo, em 2013, seria de 8,26%, o que levaria o valor dos R$ 622 de 2012 para R$ 673,37 em 2013.
Um ano depois, no fim de 2012, porém, as contas mudaram. O PIB, antes estimado em 2,87% pelo mercado, acabou ficando em 2,73% em 2011 (de acordo com números oficiais do IBGE). E o INPC deste ano, antes previsto em 5,41%, passou para 6,1%. Com isso, o salário mínimo de 2013 ficou um pouco maior: de R$ 678. Um ganho anual de R$ 60,19 (considerando o décimo terceiro salário). O valor será mais alto, porém, para compensar um crescimento maior da inflação. O aumento real (acima do crescimento dos preços), portanto, será menor.
Para 2014, entretanto, o cenário muda. Há um ano, o mercado finaneiro previa que o salário mínimo avançaria 8,1% em 2014, para R$ 727,91. Em dezembro deste ano, por conta do PIB mais baixo de 2012, já se prevê uma correção menor: de 6,31%, para R$ 718,90. Uma “perda” mensal de R$ 9,01. Considerando novamente o décimo terceiro salário, o trabalhador deixaria de receber, em 2014, R$ 117,13.
Em 2015, o mesmo acontece. Em dezembro de 2011 (levando em conta o cenário previsto para o PIB e INPC), a estimativa do mercado era de uma correção de 8,95% para o mínimo em 2015, para R$ 793,05. Com as novas previsões de crescimento e inflação, feitas em dezembro último, a correção deverá ser de 8,3%, para R$ 778,56. Uma perda mensal de R$ 14,49 em 2015, ou de R$ 188,37 em todo ano, considerando o décimo terceiro salário.
Ao todo, considerando o período de 2013 a 2015, o trabalhador deixará de receber R$ 245,31. Esses valores, porém, são apenas estimativas. Dependem da confirmação das previsões, que mudam semanalmente. A tendência atual das estimativas do mercado financeiro é de recuo do PIB nos próximos anos, por conta da crise, mas de crescimento maior do INPC. Assim, o salário mínimo ainda continuaria crescendo, mas de forma menos intensa e para compensar, principalmente, o crescimento da inflação – implicando uma menor alta real. (G1)