Que a próxima eleição para políticos que assumem um mandato começa já no dia da posse, não é novidade. Mas a tarefa deverá ser dura para os deputados estaduais que pensam em disputar uma cadeira na Câmara em 2014, pois a concorrência é grande.
Em 2010, no início das movimentações, falou-se em cerca de 20 pretendentes. Sete concorreram, e o único derrotado, Luiz de Deus (DEM), acaba de assumir o mandato, na vaga do prefeito de Salvador, ACM Neto.
Estão em Brasília Arthur Maia (PMDB), Edson Pimenta (PSD), Fernando Torres (PSD), José Nunes (PSD), Luiz Argôlo (PP) e Waldenor Pereira (PT).
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As informações que circulam nos bastidores dão conta de que pelo menos 17 deputados querem trocar a Assembleia pela Câmara no próximo ano, mas, como sempre, esse é um número a ser depurado.
Muitas candidaturas estão no terreno dos sonhos, outras são viáveis, embora dependam de circunstâncias que as viabilizem. Algumas se podem dizer certas e vitoriosas, a menos que caia um raio do céu para impedir.
Negromonte não buscará a reeleição – Desponta com grande possibilidade de concorrer a deputado federal o deputado Mário Negromonte Júnior (PP), que assim ocuparia a cadeira que vem sendo de seu pai, Mário Negromonte, por tantos mandatos.
Negromonte está decidido a deixar Brasília e poderá ser o representante do PP na chapa majoritária do governismo à sucessão de Jaques Wagner, mas disso abriria mão para ser indicado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Mário Junior foi o segundo colocado na última eleição, com 112 mil votos, abaixo apenas de Marcelo Nilo. Seu grupo indicaria para a Assembleia o secretário da Integração Regional, Wilson Brito, cuja filha, Mayra, acaba de ser empossada prefeita de Prado.
Casos em que voto não seria problema – O deputado Paulo Azi (DEM), líder da oposição, é dado pelos observadores como futuro deputado federal, especialmente pela ligação com o prefeito Neto, enquanto Capitão Tadeu (PSB), que fortaleceu sua liderança no movimento policial em 2012, tem grande chance de se eleger.
Cacá Leão também não teria problema para eleger-se, mas dependerá da decisão de seu pai, deputado federal João Leão, que é considerado o melhor nome do PP para a chapa majoritária, em razão do excelente desempenho nas últimas eleições. Os dois têm cacife até para irem juntos para a Câmara.
Outro parlamentar do PP com passagem garantida para o Distrito Federal é Ronaldo Carletto, um dos campeões de votos do Estado e dos poucos que assumem abertamente a candidatura.
Rosemberg Pinto (PT) tem sua pretensão de eleger-se federal condicionada ao desempenho do governo Wagner nestes próximos 15 meses. Se a gestão estiver bem, Lula se sentirá à vontade para vir à Bahia participar da campanha ao lado de Wagner, e mesmo que o candidato a governador não seja José Sérgio Gabrielli a cotação de Rosemberg estaria alta.
PCdoB definiu candidato – Dois parlamentares de que se chegou a falar no PCdoB – Álvaro Gomes e Fabrício Falcão – estão liminarmente limados. O candidato do partido será Davidson Magalhães, presidente da Bahiagás.
O objetivo dos “comunistas” é que Davidson e os deputados Daniel Almeida e Alice Portugal recomponham a bancada federal, que perdeu Edson Pimenta para o PSD.
Outros que tiveram eventuais projetos desfeitos pelos resultados eleitorais são Elmar Nascimento (PR), cujo grupo perdeu a Prefeitura de Campo Formoso, e Joseildo Ramos (PT), derrotado pessoalmente em Alagoinhas.
Zé Neto resolve ficar na Bahia – Uma desistência que não chegou a causar surpresa é a do deputado Zé Neto (PT), que, apesar da condição de líder do governo, não foi páreo para o adversário José Ronaldo (DEM) na batalha pela Prefeitura de Feira de Santana.
Zé Neto, que alcançou 81 mil votos em 2010, deverá buscar uma reeleição tranquila à Assembleia, e nesse caso seria forte candidato à presidência da Casa em 2015, se o PT e aliados fizerem o sucessor de Wagner. Caso contrário, terá tudo para ser o líder da oposição.
PRB pensa em eleger três – O deputado Sidelvan Nóbrega (PRB) vive uma situação especial: o partido quer vê-lo candidato a deputado federal, mas ele, por entender que a legenda não alcançará três cadeiras, prefere manter a formação atual, com os deputados Márcio Marinho e Acelino Popó.
“Vamos analisar a questão”, disse a este blog, acrescentando que a decisão dependerá do contexto político. “Está em andamento uma minirreforma política que pode alterar a formação de coligações, o que mudaria todo o quadro”.
Bacelar quer deixar irmão na Assembleia – Nenhuma dúvida paira sobre a candidatura e eleição de João Carlos Bacelar, secretário municipal da Educação. Seu partido, o PTN, teve grande crescimento, elegendo seis vereadores em Salvador.
O deputado licenciado reforçou também as bases no interior e pelo menos seis prefeitos do partido o apoiam diretamente. É possível que lance para a vaga na Assembleia o irmão Maurício Bacelar, que concorreu à Prefeitura de Camaçari com o nome Maurício de Tude e, apesar de derrotado, obteve 48 mil votos. (Por Escrito)