REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – A previsão feita pelo Governo do Estado de que dia 15 ou no máximo dia 20 de dezembro o sistema ferryboat teria sete embarcações em tráfego, foi totalmente furada. Hoje, dia 28, somente três embarcações estão operando e o resultado já tinha sido previsto com bem antecedência pelo JORNAL DA MÍDIA: jamais sete navios estariam atendendo a população e que as consequências seriam filas intermináveis, com o usuário passando a noite na fila para embarcar de carro com destino à Ilha de Itaparica.
O caos é total. Hoje, às 10h, a fila de veículos chegava ao Largo de Roma, depois de ultrapassar toda a Barão de Cotegipe. E o tempo médio de espera, que era de oito horas, vai atingindo a marca de 10 horas. No percurso da fila, sofrimento, angústia, revolta e muitas queixas dos usuários. E mais: nas imediações de São Joaquim, a fila se mistura com o movimento da feira, a confusão é geral e todo o trânsito da região está congestionado.
Diante da confusão generalizada, nenhuma autoridade maior do governo apareceu dando entrevistas para explicar a confusão criada, com a promessa feita de sete navios, que atraiu muita gente ao ferryboat, na certeza de que atravessaria para a Ilha com tranquilidade.
O secretário Otto Alencar, que gosta muito de dar entrevistas sobre a “recuperação do ferryboat”, não apareceu nas telinhas dos telejornais ou nos microfones da vida. Foi o secretário Otto que prometeu sete ferries no final de ano. Quem apareceu para dar uma satisfação foi o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa.
Visivelmente constrangindo diante da situação difícil e complicada, reconheceu:
“Falta ferry. Não deu tempo. Tenho que reconhecer a dificuldade e peço desculpas”, assinalou Pessoa.
Segundo ele, a situação pode melhorar um pouco se a Capitania dos Portos liberar logo o ferryboat Rio Paraguaçu, que voltou ontem da Base Naval de Aratu depois de reforma. Mas é só um pouquinho mesmo. Quem realmente conhece o sistema sabe que trabalhar com três ou quatro navios no Verão será sempre o caos. Era assim que a paulista TWB fazia e o governo segue a mesma trilha.
Trabalhadores passaram a noite fazendo os últimos retoques no navio “Rio Paraguaçu”, preparando-o para a vistoria da Capitania. Alguns tiravam ferrugem do convés de veículos, numa luta desesperada contra o tempo.
A Agerba acha que outro ferry pode ficar pronto – o Pinheiro – até amanhã, mas não é nada certo. Eduardo Pessoa, diretor-executivo da agência, diz que somente na metade do mês de janeiro a situação do sistema se normalizará, com a liberação de mais dois navios que estão na base – Juracy Magalhães e Agenor Gordilho.
Até lá, o quadro vai ser sempre de transtorno e de sofrimento para os usuários. E vergonhoso, muito vergonhoso para o governo, que mais uma vez passa o recibo de incompetência.