Em entrevista ao site “Poder e Política”, da Folha de São Paulo e do portal UOL, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), 54 anos, revelou que em alguns momentos, quando ficou claro que seria condenado no julgamento do mensalão, pensou em cometer suicídio. “Todo mundo pensa como saída a morte”, diz ele.
“Chorei muitas vezes”, relata o petista, que diz não considerar justa a pena que recebeu de 9 anos e 4 meses de prisão. Pretende recorrer até quando possível para não ir preso e manter o mandato na Câmara. Não renunciará.
Diz estar confiante sobre alguma redução da pena na fase dos recursos do processo -algo improvável. Fez duras críticas ao STF. Uma delas, contra Joaquim Barbosa, presidente da Corte:
“O ministro Joaquim Barbosa, no meu caso, não é que ele não teve prova. Eu produzi prova que me absolvia. E ele foi contra as provas. A ponto de, nos últimos dias, não só ter ido contra as provas, como tem sido irresponsável. De ter dito coisas, que não estão nos autos, da sua boca. O juiz não pode dizer quando não tem prova”.
Informado da declaração de Cunha, Joaquim Barbosa preferiu não se manifestar.
Meticuloso, João Paulo diz ter cronometrado os minutos que reportagens da TV Globo dedicaram ao caso do mensalão. Pelas suas contas, em agosto, foram cinco horas. “Só no meu caso, uma hora e 15 minutos. Não há juiz que resista à uma pressão dessa.”
A mídia, segundo o ex-presidente da Câmara no biênio 2003-04, não se contentaria em ver alguns petistas condenados. “Querem é que o PT sangre mais. O que eles querem é chegar na liderança máxima do PT, que é o Lula”. (Folha.com)