Após a derrota nas urnas em Salvador para seu maior adversário político, o Democratas, o PT agora está na sua fase generosa e parte para uma tentativa de apaziguar os ânimos dos aliados abrindo mão de disputar a Assembleia Legislativa, a vaga aberta no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, possivelmente, a presidência da União dos Municípios da Bahia (UPB).
Com isso, tenta construir coesão na sua extensa base partidária e garantir apoio para manter a cabeça de chapa em 2014.
No entanto, como a base de apoio é larga, há mais candidatos para os três postos da chapa majoritária a ser formada na próxima eleição: um candidato a governador, outro a vice e um ao Senado.
O governador Jaques Wagner (PT) afirmou, na entrevista exclusiva que concedeu ao Grupo A TARDE no início de novembro que “não existe hipótese” dele e o seu vice Otto Alencar (PSD) disputarem a eleição de 2014 juntos. Isso, justamente, para criar espaços para mais aliados poderem entrar nas negociações .
“É impossível que eu saia para ser candidato e Otto também ao mesmo tempo. Aí vai ser um jogo combinado entre mim e ele. Sai um, e o outro fica, se não vira uma confusão a seis meses de uma eleição, que não tem o menor sentido”, declarou Wagner.
Disse que ainda pretende se entender com Otto com vistas a 2014.
“Se na minha conversa com Otto o desejo dele for de continuar na chapa majoritária, o natural é que eu fique para ele poder ser candidato. Já fui governador e ele pode querer ser candidato. Se saem os dois vira uma mexida que acaba comprometendo tudo. Não tenho nenhum problema em ficar até o final. Me atrai a ideia”, ponderou o governador que tem uma ideia particular em relação ao jogo do poder. “Eu sempre defendi a não eternização na política. O político tem que ser profissional no sentido de ser competente, mas não pode ter na política um emprego. Criou-se uma regrinha de que todo governador reeleito se torna senador. Não tem sentido isso. O presidente deixa a presidência e é um cidadão”, disse.
Além de permanecer na administração até o fim e almejar um ministério num eventual segundo governo da presidente Dilma Rousseff, Wagner pode se candidatar a deputado federal.
O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Jonas Paulo, é sugestivo: “Quem quer ser protagonista tem que ser generoso”.
Desde que a cabeça de chapa seja do PT? “É cedo para definir. Mas com vistas a isso estamos compondo a unidade. Queremos partilhar o protagonismo para ter esse apoio em 2014. Tanto o PDT e o PSD estão ocupando espaços que construíram”, observou.
“Não se trata de loteamento mas sim de partilha de responsabilidades garantindo a unidade e a coesão da base de apoio”, analisa o dirigente petista. (A Tarde)