Às vésperas da posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorrerá nesta quinta-feira, o ex-ministro José Dirceu, principal réu do mensalão, chegou na terça-feira à capital federal para arregimentar apoios. Segundo interlocutores, Dirceu resolveu partir para o ataque. Em almoço que reuniu 15 deputados petistas na casa do líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), Dirceu pediu a mobilização dentro e fora do PT, nos segmentos organizados, principalmente movimentos jovens, estudantis e formadores de opinião, para esclarecer “pontos nebulosos” do processo de julgamento da ação penal número 470
Entre os presentes no almoço organizado com lista de adesão pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), estava o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Na noite anterior, Dirceu se reuniu com o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Daniel Iliescu, com o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) André Tokarski, e com Jefferson Lins, presidente da Juventude do PT, que teriam prometido organizar atos em defesa de Dirceu a partir de dezembro.
— É preciso relembrar fatos que não apareceram no julgamento, como funcionava o Congresso naquela época, as dificuldades nas votações, reuniões até tarde da noite em busca de acordo, para deixar claro que não houve compra de votos — pediu Dirceu, nesta quarta-feira.
Os organizadores do almoço contrataram o bufê de um badalado restaurante da capital. Mas o cardápio da pesada cozinha mineira não apeteceu muito o ex-chefe da Casa Civil. Seu filho, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), disse que ele comeu pouco e rejeitou os doces, porque está preocupado em cuidar da saúde para enfrentar o que vem pela frente.(Maria Lima, O Globo)