LUÍS AUGUSTO GOMES
Ao pedir aos jornalistas que não lhe fizessem perguntas após o encontro de ontem com o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto, já que se tratava da primeira reunião entre ambos, o governador Jaques Wagner perde pontos preciosos numa possível avaliação de sua condição de estadista.
Compreensivelmente orgulhoso de ter restaurado a civilidade como marca das relações políticas na Bahia, Wagner deveria ter se colocado à disposição da imprensa justamente por ter sido o primeiro encontro com um adversário que, neste momento, empalma considerável parcela de poder.
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Existe uma agenda comum a ser cumprida pelo governo do Estado e pela Prefeitura na capital, quando nada pelos compromissos assumidos para a realização de importantes competições esportivas internacionais nos próximos dois anos.
O prefeito eleito chega ao cargo com delegação popular e apetite para abraçar os desafios. O governador, que está em seu sexto ano de mandato, nem quer falar deles. Teria, porém, obrigação de ser mais acessível e dar uma demonstração inequívoca de seu desejo de cooperação.
Colocar-se à disposição dos repórteres reafirmaria sua característica de homem de diálogo, que tem o interesse público acima de querelas da política mesquinha. O contrário apenas indica que sua excelência, verdadeiramente, não engoliu o resultado das urnas. (Por Escrito)