Em quase três meses de mensalão, os ministros do Supremo julgaram 112 condutas criminosas distribuídas por 37 réus. Em 54 delas, o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski discordaram. Na grande maioria dos casos — 38, ou 70,37% — Barbosa saiu vitorioso, e o Supremo decidiu pela condenação.
Em outros nove casos (16,67%), a maioria dos ministros seguiu Lewandowski, e o resultado foi a absolvição. Em sete, ou 12,96% do total, deu empate. Como o Supremo entendeu que, nesses casos, prevalece a posição mais favorável ao réu, o resultado também foi a absolvição, elevando para 29,63% a taxa de sucesso de Lewandowski.
Barbosa foi quem mais condenou: 96 em 112 vezes (85,71% do total). Nos 16 casos em que pediu a absolvição, o réu foi inocentado. Lewandowski foi quem mais absolveu: 72 vezes (62,5%). O único outro ministro que absolveu mais do que condenou foi Dias Toffoli: 61 a 51. Quanto aos demais, a taxa de condenação variou de 83,04% (Fux) a 55,36% (Rosa Weber).
As 54 ocasiões em que Barbosa e Lewandowski discordaram representam 48,21% dos votos. Foi a mais alta taxa de discordância entre dois ministros da Corte. No extremo oposto estão Ayres Britto e Celso de Mello: concordância em 99,11% dos casos.(André de Souza, O Globo)