A Secretaria Nacional de Justiça, do Ministério da Justiça, divulgou diagnóstico preliminar ontem, que inclui a Bahia entre os três estados brasileiros com maior incidência de tráfico de pessoas. Entre 2005 e 2011, 475 brasileiros foram vítimas deste tipo de crime. Ainda mais grave: desse total, mais de 70% dos registros (337 casos) referiam-se à exploração sexual. Outras 135 ocorrências tratavam de trabalho análogo à escravidão.
Os dados foram elaborados conjuntamente com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
Além da Bahia, a maioria dos casos de tráfico de pessoas foi registrada em Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Segundo o diagnóstico, a maior parte das vítimas tem como destino Holanda, Suíça e Espanha.
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O Suriname, que aparece como rota para a Holanda, é o país com maior incidência de brasileiras e brasileiros vítimas do tráfico de pessoas, com 133 casos, seguido da Suíça (127), Espanha (104) e Holanda (71 pessoas).
Jaqueline Leite, 51 anos, que criou, em 1994, o Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), em Salvador, referência brasileira na temática, questiona os números divulgados, devido à deficiência metodológica: “O tráfico de pessoas é muito complexo e, assim como o tráfico de drogas, inclui chefões, aliciadores e recrutadores”. (Marjorie Moura, em A Tarde)