Condenado pela maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção ativa no processo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu divulgou nota logo após o fim da sessão do julgamento.
No comunicado, dirigido “ao povo brasileiro”, o ex “homem forte” do início do governo de Luiz Inácio cda Silva relembra sua trajetória de militância política durante a ditadura militar (1964-1985), seu exílio e sua atuação no PT.
Afirma que foi “prejulgado e linchado” ao ter o mandato de deputado cassado pela Câmara em 2005 e diz que foi condenado “sob forte pressão da imprensa”.
“Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.”
O ex-ministro, que no entendimento da maioria dos ministros da Suprema corte comandou um esquema de compra de votos no Congresso, diz que não abandonará a luta para provar sua inocência. “Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.”
“Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver”, encerra a nota. (Folha)