A campanha eleitoral oficialmente terminou, e a batalha entre partidários do presidente Hugo Chávez e do oposicionista Henrique Capriles mudou-se para a internet. Funcionários do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) corriam contra o – mau – tempo para terminar a instalação de 39.018 urnas em 13.700 zonas eleitorais em todo o país.
E sob uma forte chuva que castigou na sexta-feira a capital venezuelana, podia-se notar uma movimentação anormal nos supermercados. Em algumas áreas de Caracas, muitos venezuelanos correram às compras, temendo que um resultado apertado da votação provoque acusações de fraude eleitoral, protestos e até violência.
Em alguns lugares, produtos como macarrão, café, papel higiênico, arroz e leite chegaram a desaparecer das prateleiras, segundo a Reuters.
– Preciso pensar na minha família. Pode haver violência, tudo é possível – disse a dona de casa Dayana Alvarez, de 38 anos, que comprava óleo de cozinha, leite em pó, velas e farinha.
Em um bairro abastado da capital – onde há uma ampla base de apoio à oposição – a administradora María Eugenia Maduro, de 38 anos, também admitia sua apreensão:
– Estou comprando um pouco a cada dia. É preciso estar preparada. Sabe-se lá o que vai acontecer.
Nesta sexta-feira, o chanceler Antonio Patriota afirmou que Brasil mandará um grupo de diplomatas, incluindo o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, para atuarem como observadores nas eleições.
– Temos confiança de que serão eleições plenamente transparentes, democráticas, em que a vontade dos venezuelanos se fará expressar da maneira mais livre possível. (O Globo)