O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu-se na noite desta quinta-feira em São Paulo, das acusações do mensalão, dizendo que em seu governo se apuraram todas as denúncias de corrupção, ao contrário do que aconteceu no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o procurador-geral da República era conhecido como “engavetador” e lembrou o escândalo da suposta compra de votos no Congresso para aprovar a emenda da reeleição, em 1996.
– Vocês não podem esquecer da compra de votos da reeleição. Se juntar todos os presidentes da história do país, juntos não criaram tantos instrumentos para combater a corrupção como nós – disse Lula, que provocou os tucanos afirmando, sem citar nomes, que os adversários “botam a culpa no vizinho”.
O ex-presidente disse ainda que pararia com as declarações para “não entrar no jogo rasteiro” dos adversários, aconselhando o candidato do PT a prefeito, Fernando Haddad, que estava ao seu lado, a fazer o mesmo:
– Não entre no jogo rasteiro de um determinado candidato, não abaixe o nível. Ainda sem citar nomes, o ex-presidente fez críticas ao líder nas pesquisas de intenção de voto, Celso Russomano (PRB), a quem considerou não ter a “qualificação necessária”. Disse que uma emissora de TV havia “inflado” a sua candidatura porque acharia que ele tomaria votos de Haddad. A mesma emissora, segundo ele, a princípio tentou tirar Haddad, que estava em terceiro lugar nas pesquisas, da cobertura jornalística.
Lula também ironizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao dizer que “uma pessoa fica doida” quando o ouve usar a expressão “nunca antes na história deste país” e quando faz a comparação entre os dois governos.(Tatiana Farah, O Globo)