O ministro relator Joaquim Barbosa, e o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal voltaram a discutir nesta quarta (26). O fato interrompeu a sessão por aproximadamente 15 minutos.
Eles trocaram acusações duas vezes, primeiro quando Barbosa solicitou a distribuição do voto de Lewandowski por escrito. Depois, quando o ministro-revisor divergiu do voto de Barbosa sobre a acusação de corrupção passiva contra o ex-primeiro-secretário do PTB, Emerson Palmieri.
Para Lewandowski, o ex-secretário era “coadjuvante, um protagonista secundário”. “Penso que permanecem sérias dúvidas quanto à participação de Emerson Palmieri nos fatos delituosos”, disse Lewandowski quando a discussão começou. Isso porque Joaquim Barbosa acredita que o revisor não admite a controvérsia. “Se Vossa Excelência não admite a controvérsia, seria melhor sugerir que fosse abolida a figura do revisor. O senhor quer que coincida todos os pontos de vista”, justificou.
Foi preciso a intervenção do presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, para dar fim a briga: “Não só os dispostos jurídicos admitem a interpretação diferenciada – também os fatos comportam interpretação diferenciada. Mas não podemos fazer vista grossa a respeito do que consta nos autos”. (Coluna de Cláudio Humberto)