A ideia de preparar uma nota de desagravo a Luiz Inácio Lula da Silva, assinada por partidos aliados do governo Dilma Rousseff, partiu do próprio ex-presidente. Lula fez a sugestão ao participar de ato da campanha de Fernando Haddad (PT) no domingo, 16, no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo.
Em conversa com o presidente do PT, Rui Falcão, e com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos – que comanda o PSB –, Lula pediu aos aliados que se unissem para repudiar “calúnias e mentiras” contra ele. Seu argumento era que a estratégia vem sendo usada para prejudicar não só o PT, mas todos os partidos governistas nas eleições. Declarações atribuídas ao empresário Marcos Valério pela revista Veja, naquele fim de semana, jogavam Lula no centro da crise, apontando-o como “chefe do mensalão”.
Campos imediatamente aceitou a proposta da nota, depois redigida por integrantes do PSB. O governador de Pernambuco viu ali uma oportunidade de se reaproximar de Lula. “Precisamos defender o projeto, que é de todos nós”, disse ele.
Ex-ministro de Lula no primeiro mandato, Campos foi ao Centro de Tradições Nordestinas a convite da campanha de Haddad. Sentou-se à mesa com o ex-presidente, almoçou e gravou mensagem de apoio ao candidato do PT para ser usada no programa eleitoral na TV. O convite também teve o objetivo de desanuviar o relacionamento entre o PT e o PSB, deteriorado após o rompimento da aliança no Recife. (Vera Rosa, de O Estado de S. Paulo)