REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Além de perder o contrato de concessão com o Estado da Bahia, pela série de irregularidades praticadas desde 2006 no sistema ferryboat, a TWB pode passar por uma auditagem completa em suas contas. Pelo menos é o que se comenta em setores do governo e da área fiscal. Essas informações, reservadas, apontam que a Secretaria de Fazenda do Estado e a Receita Federal já estariam de olho no caso.
Por enquanto, são informações ainda não confirmadas oficialmente.
Mas não deixa de ser preocupante. Para alguns, é claro.
É altamente recomendável que os ”acionistas” e defensores da companhia das três letrinhas fiquem atentos. Como se diz por aí, o bicho pode pegar.
Fundo do Poço – A TWB está criando muito caso e falando até em R$ 200 milhões de indenização para largar o sistema ferryboat, que, como todos sabem, ela jogou no fundo poço, causando um prejuízo enorme ao Estado da Bahia.
Não tem direito a nada, pois sempre faturou usando as embarcações do Estado sem pagar um centavo sequer. Mesmo assim, não deu manutenção aos navios e não investiu absolutamente nada no sistema. Onde é que a TWB investia o que fatura na Bahia? Isso nunca ficou esclarecido.
Sonegação de Receita? – Na reunião da semana passada na Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa, dados divulgados pela Agerba apontaram que a TWB sonegava os números reais sobre o total de passageiros e veículos transportados no ferryboat.
A Agerba chegou a mostrar que os números que a empresa apresenta são 20% inferiores ao constatados “in loco” pela agência de regulação. Se confirmada a informação, o fato é grave e tem reflexo imediato no recolhimento de impostos federais e estaduais, entre outras obrigações.
Seria um caixa dois? – A verdade é que até janeiro de 2007, no início do governo Wagner, a TWB nunca divulgava os dados sobre o transporte real de passageiros e veículos no sistema. A empresa sempre omitia e na Agerba a circulação dessas informações era totalmente proibida por diretores da época.
Por não dispor de uma ferramenta de informática conectada com os terminais da TWB, a agência de regulação passou a fazer a estimativa de fluxo no ferryboat na boca do caixa, ou seja, nas bilheterias de passageiros e veículos.
E sempre encontrou diferenças incríveis. Fala-se agora em 20%, mas já chegou até a 40%, em 2009.
A falta de confiança na TWB era tanta que a Agerba, de janeiro de 2007 até setembro de 2009, não divulgava os números projetados pela TWB para transporte em finais de semana prolongados. Divulgava somente o que ela (a agência) levantava. Mas depois disso, com a posse de João Leão na Secretaria de Infraestrutura, a coisa degringolou de vez. A TWB passou a controlar inteiramente a Agerba.
Pinto, o perseguido – Seu diretor, o Pinto dos Santos, que hoje se diz ”perseguido” pela Agerba, tinha direito a sala especial para despachar dentro da agência. Dava esporro em público nos diretores da autarquia. Perseguia e tinha direito até a demitir servidores da casa no exercício de suas atividades.
Um verdadeiro absurdo, uma coisa condenável que ninguém entendia como acontecia no governo Wagner. O tráfico de influência usado aberta e escandolosamente pelo dono da TWB na Agerba, Secretaria de Infraestrutura, Casa Civil e com alguns políticos (do PT e da base) foi coisa vergonhosa. Felizmente, a diretoria atual da Agerba deu um basta à imoralidade.
E hoje, quando o governo procura uma saída para melhorar o serviço prestado à população, o que assistimos? Assistimos esse senhor, o Pinto dos Santos, posar de vítima. E o que é mais incrível: com apoio de setores da imprensa, que muito mal informados, nunca investigaram a fundo, talvez por um motivo maior, o verdadeiro mar de lama que envolve, desde 2005, a TWB e o sistema ferryboat.