Novos gadgets –ou melhor, categorias de gadgets totalmente novas– não aparecem com muita frequência. O iPhone é um exemplo recente. Você pode dizer que o iPad é outro. Mas, se há alguma coisa realmente diferente e ousada no horizonte, certamente é o Google Glass.
O Glass é o protótipo do Google de um dispositivo que você usa no seu rosto. A empresa não gosta do termo “glasses” (óculos), pois ele não tem lentes. (A equipe do Glass, parte dos laboratórios experimentais do Google, também não gosta de termos como “realidade aumentada” ou “computador vestível”, que têm uma certa bagagem.)
O Glass parece apenas uma armação de óculos com um bloco pequeno e transparente posicionado acima e à direita do seu olho direito –a tela do dispositivo. O Google Glass é, de fato, um computador razoavelmente completo. Ou, então, algo como um smartphone que você nunca precisa tirar do bolso.
A ideia deixou muita gente animada quando Nick Bilton, do “New York Times”, revelou o projeto, em fevereiro. O Google demonstrou-o pela primeira vez em abril, em um vídeo. Em maio, na conferência Google I/O, ele ganhou mais destaque após os visitantes assistirem a uma transmissão de vídeo ao vivo feita do Glass usado por um saltador que pulou de um avião e caiu de paraquedas no telhado do prédio do evento. Mas, até agora, pouquíssimas pessoas fora do Google foram autorizadas a experimentá-lo.
O Google não quer deixar o público empolgado com algum recurso que pode não se materializar na versão final do produto. (No momento, a empresa planeja oferecer os protótipos a desenvolvedores no ano que vem –por US$ 1.500–, antes de vender o Glass para o público em, talvez, 2014.)
Quando você pega os óculos, não consegue acreditar no quão leve eles são. Pesam menos do que um par de óculos de sol, na minha estimativa. O Glass é um feito absolutamente impressionante de miniaturização e integração.
Dentro da haste direita –o suporte horizontal que fica sobre a sua orelha–, o Google colocou memória, processador, câmera, alto-falante, microfone, antenas de Wi-Fi e Bluetooth, acelerômetro, giroscópio, bússola e bateria. Tudo isso dentro de uma haste.
O Google disse que, eventualmente, o Glass terá um rádio celular para que ele possa ficar on-line; no momento, ele conecta-se sem fio ao seu telefone para conseguir acessar a rede. E o que é surpreendente é que esse negócio fino é apenas o protótipo. Nas gerações futuras, ele ficará apenas menor. “Esta é a versão do Glass mais volumosa que já teremos feito”, disse-me Babak.
O maior triunfo –e, para mim, a maior surpresa– é que a telinha é completamente invisível quando você está falando ou dirigindo ou lendo. Você simplesmente se esquece dela. Não fica absolutamente nada entre os seus olhos e o que ou quem quer que você esteja olhando.
E, ainda assim, quando você foca a tela, levando o seu olhar para cima e à direita, aquele pequeno display de meia polegada é surpreendentemente envolvente. É como se você olhasse para uma grande tela de um laptop ou coisa do tipo. (Blog de David Pogue, no New York Times)