AGÊNCIA ANSA
Roma – A falta de comunicação entre o comandante Francesco Schettino e o chefe das máquinas foi a principal causa que provocou o acidente do cruzeiro italiano Costa Concórdia em 13 de janeiro passado na costa da Itália.
A revelação foi feita ontem pelos peritos do juiz italiano que investiga a tragédia que matou 32 pessoas. Na embarcação estavam mais de quatro mil pessoas.
“O que se ouve nas conversas da caixa preta do navio são apenas algumas disposições muito genéricas” sobre o abandono do barco, destacaram os peritos, precisando que o “comandante Schettino deu algumas ordens enquanto outros oficiais tomavam ao mesmo tempo outras iniciativas. Não houve coordenação nas instruções”.
A imprensa italiana falam da “confusão mental” do comandante após o choque e de sua estratégia incompreensível de mentiras sobre o que acabara de ocorrer.
As disposições para abandonar o navio foram dadas, por exemplo, cinqüenta minutos mais tarde do que correspondia.
“Três minutos depois do impacto o comandante foi informado pelo chefe de máquinas sobre uma grande entrada de água ao ponto que o acesso às máquinas estava bloqueado”, se lê no documento dos peritos.
Às 21h51 e 53 segundos Schettino disse: “então estamos afundando? Não entendo?” Os peritos explicam, que o “comandante minimiza a situação” quando um minuto antes o chefe das máquinas lhe havia dito precisamente que a água entrava no setor elétrico principal.
Após o naufrágio do Costa Concórdia, Schettino foi preso, depois passou para prisão domiciliar e agora está em liberdade, mas com a obrigação de não sair da região de Meta di Sorrento, perto de Nápoles, onde mora.
Por sua vez, o Costa Concórdia continua afundado em frente à Ilha de Giglio.