REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Depois de mais um feriadão caótico no sistema ferryboat, com navios ficando à deriva, só quatro embarcações em tráfego, fila de veículos na Boa Viagem e pânico entre passageiros, a situação da concessionário paulista TWB ficou ainda mais insustentável.
Independente do processo de extinção do contrato da concessionária com o Estado, que carece ainda de um parecer final da Procuradoria Geral do Estado, que nunca chega, a pressão em cima da Agerba e da Secretaria de Infraestrutura para que o governo decrete logo a intervenção no sistema é grande.
A pressão parte de diversos segmentos da sociedade: usuários, moradores da Ilha e agora do Ministério Público da Bahia.
A promotora Rita Tourinho é defensora da intervenção imediata na TWB. Acompanhando de perto a situação delicada do sistema ferryboat e conhecedora como poucos dos enormes problemas causados pela TWB à população, a promotora encaminhou um documento ao secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, mostrando a necessidade de o governo intervir no sistema.
Tourinho sustenta no documento que os usuários continuam sendo vítimas dos maus serviços prestados pela TWB, que o não cumprimento de obrigações por parte da empresa pode causar danos irreparáveis ao sistema e também lembra as auditorias realizadas pela Fipecafi e Auditoria Geral do Estado (AGE).
Essas auditorias confirmaram as irregularidades praticada pela TWB, como a dilapidação do patrimônio público, a falta de investimento e até prática de atos ilícitos, como o superfaturamento no valor de duas embarcações – “Ivete Sangalo” e “Anna Nery”.
O secretário Otto Alencar, governador em exercício, já se convenceu que a intervenção é necessária, segundo informa hoje a coluna Tempo Presente, de A Tarde.
”Estou pronto para agir. Depende apenas da Procuradoria do Estado se pronunciar”, sustentou Alencar, acrescentando que a necessidade de uma ação do governo ficou evidente no feriadão da semana passada, com o caos que se estabeleceu.
Reunião na Assembleia – Enquanto setores do próprio governo deixam transparecer uma certa preocupação com a lentidão da Procuradoria Geral do Estado em se pronunciar (a PGE está há três semanas analisando o processo de caducidade do contrato da TWB), na Assembleia Legislativa estão frente a frente o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, e o dono da TWB, o empresário Pinto dos Santos.
A reunião foi convocada pelos deputados da Comissão de Infraestrutura da Casa. Já ocorreram outras do g~enero, sem nenhum resultado prático. É bom lembrar que a TWB já foi defendida em outras ocasiões na Assembleia por deputados, a exemplo de Rosemberg Pinto, do PT.
O diretor da Agerba, Eduardo Pessoa, também entende que a TWB não tem a menor condição de continuar no sistema ferryboat. No final de semana do feriadão, cheia de pânico para os usuários do ferry, Pessoa esteve algumas vezes nos terminais marítimos e fez declarações, mais uma vez, com críticas abertas à concessionária paulista.
”A TWB está operando o ferryboat de forma calamitosa e o Estado vai agir contra essa empresa que não tem condição de prestar serviço aos baianos”, desabafou Eduardo Pessoa, inconformado com a irresponsabilidade e incapacidade operacional da TWB.
Como o JORNAL DA MÍDIA anunciou anteriormente, é possível que ao longo desta semana o governo resolva de vez a questão e decrete o fim da vexatória atuação da TWB na Bahia. O governo não pode perder mais tempo. O verão está chegando e ninguém pode correr o risco de um acidente de proporções no ferryboat.