O maior craque do país na atualidade e esperança do Brasil na Copa de 2014 deixou o gramado do Morumbi sob as vaias de 50 mil torcedores na cidade que vai abrir o Mundial.
“Neymar pipoqueiro”, gritavam os torcedores a cada vez que o jogador desabava, apoiando a decisão do árbitro argentino de não apitar falta nele.
“Seleção vencer e ser vaiada é coisa nova para mim”, disse o jogador, ainda abatido, uma hora após a partida. “Fiquei triste por todas as palavras, não sei se [os torcedores] estão certos, mas meu currículo mostra o contrário”.
Neymar sentiu que não teria vida fácil na véspera do jogo, quando havia sido chamado de “pipoqueiro” por torcedores no treino. Quando seu nome foi anunciado, os gritos histéricos das fãs disputavam atenção com o chiado geral.
O coro aumentou quando ele foi substituído aos 43min, poucos minutos depois de ir ao chão e pedir falta, em vão. O Morumbi veio abaixo contra a grande estrela da seleção.
No futebol, tirar o jogador vaiado no fim do jogo muitas vezes significa expor o atleta à ira da torcida. Mano negou que essa tenha sido a intenção ao trocá-lo pelo volante Arouca.
“Não. Tirei porque achei que deveria tirá-lo naquela hora”, disse. Fez uma pausa e emendou: “O jogo já estava resolvido, não tínhamos mais necessidade de sermos ofensivos”.
O treinador afirmou que sacou o astro para poupá-lo. “Neymar vem de desgaste, perdeu dois quilos por um problema intestinal, ficou fora do último jogo do Santos”, declarou. Outra decepção foi Lucas. Em casa, foi o mais aplaudido. Mas passou batido. Não arriscou nenhum chute ao gol e acabou substituído por Jonas. (Lucas Reis e Martin Fernandez/Folha de S. Paulo)