REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
A negligência, a irresponsabilidade e a propaganda enganosa da TWB, que prometeu colocar seis embarcações para operar no sistema ferryboat neste feriadão, irritaram o diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa. Com milhares de pessoas tentando embarcar para a Ilha de Itaparica em filas que duravam até oito horas, a TWB insistiu em divulgar nos veículos de comunicação que “tudo estava bem”, apesar do tumulto e constrangimento de usuários no Terminal de São Joaquim.
“A TWB está operando o ferryboat de forma calamitosa e o Estado vai agir contra essa empresa que não tem condição de prestar serviço aos baianos”, desabafou Eduardo Pessoa.
O diretor da Agerba garantiu que vai multar a concessionária, que continua descumprindo o contrato de concessão e fazendo o que quer no sistema ferryboat. Além de expor os usuários contantemente a risco, com embarcações trafegando sem a menor condição, a TWB difunde notas que não correspondem à verdade em veículos de comunicação para atrair passageiros, mesmo sabendo que não tem condições de atendimento devido à situação precária dos ferries.
Se fosse realmente uma empresa responsável e com compromissos com os baianos, o mínimo que a TWB deveria ter feito era informar à população sobre a situação real e caótica do sistema, para que os usuários buscassem outras alternativas de transporte. Mas a TWB, como é do conhecimento público, só visa faturar e quer tirar dos baianos o máximo que puder, nesses últimos dias que vai passar à frente do sistema ferryboat.
A saída da TWB da Bahia é irreversível, queiram ou não os seus donos e alguns setores do governo da Bahia. Na última quarta-feira o JORNAL DA MÍDIA foi seguramente informado que a empresa paulista estaria articulando uma ação para tentar atacar Eduardo Pessoa, diretor da Agerba, em uma campanha cujo objetivo seria “mostrar os erros” que o titular da agência teria praticado ao deflagrar o processo de extinção do contrato de concessão da TWB com o Estado, assinado em 2006.
Paralelamente, seriam divulgadas matérias na imprensa, não se sabe se pagas ou não, para tentar passar para a opinião pública e para o governo que o dirigente da agência de regulação é um perseguidor. Isto, aliás, de alguma forma já começou a ser feito. Recentemente, um jornal de Salvador, em editorial, fez duríssimas críticas ao diretor da Agerba. Só faltou dizer que a TWB era uma empresa exemplar. Convenhamos, é preciso muita coragem para defender a TWB.
A concessionária paulista, que sucateou completamente o patrimônio público, causando um enorme prejuízo ao Estado, se acha vítima agora de perseguição. A empresa das três letrinhas, que antes fazia tráfico de influência aberto dentro da Agerba, com direito a ameaçar e até demitir servidores da casa e que é acusada de praticar fraudes contra o Estado, alega que está sendo perseguida. Que perseguição é essa? Defender o patrimônio público é perseguição? Acabar com o domínio da TWB dentro da Agerba, que às vezes resultava em prática de atos ilícitos envolvendo a autarquia, é perseguição?
O desespero tomou conta da TWB. Literalmente. A empresa, que é uma unanimidade em termos de serviço da pior qualidade e que é odiada pela opinião pública, estaria com outra estratégia, também já montada, esta a nível judicial, para mostrar que, com a “perseguição” do diretor da Agerba a ela, o Estado terá um enorme prejuízo, como desembolso de R$ 170 milhões. Uma brincadeira, mas é verdade. Realmente, é o desespero, o choro de quem tanto prejudicou e humilhou os baianos nos últimos sete anos.
O choro faz sentido, convenhamos. O leite das tetas acabou para essa turma que tanto sugou por aqui, sem nada destinar à população. Afinal, são R$ 70 milhões por ano. Foi o últmo feriadão para os espertos encherem os bolsos.
Os dias da TWB estão contados. Segunda-feira em diante será anunciada a nova empresa que vai assumir as operações do sistema ferryboat em caráter emergencial. O dono da TWB, o paranaense Pinto dos Santos, conhecido por sua arrogância e destempero, vai ter que chorar muito no pé do Caboclo, no Campo Grande. Sozinho. Os “acionistas” da companhia por aqui abandonaram o barco furado.