REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
O tom de desespero do dono da TWB, Pinto dos Santos, ao afirmar que não vai sair da Bahia e que irá cobrar R$ 170 milhões do governo do Estado pelo ”prejuízo”, repercutiu intensamente ontem nos bastidores da Secretaria de Infraestrutura e da Agerba. A TWB, que sempre obteve benefícios do governo e acabou afundando o sistema ferryboat, ao contrário do que garantiu Pinto aos funcionários da empresa, não vai ficar na Bahia em hipótese alguma.
Mesmo observando que o governo fará tudo seguindo a lei e o parecer da Procuradoria Geral do Estado, o médico e secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, já deu como ”morta” a TWB, denunciada por diversas irregularidades, inclusive pela prática de fraudes contra o Estado, de acordo com o Ministério Público da Bahia.
O atestado da causa mortis assinado por Dr. Otto Alencar, anteontem, dia do seu aniversário, já foi enviado ao Ministério Público da Bahia, Procuradoria Geral do Estado e, principalmente, aos ”acionistas” da TWB.
“A TWB não deu certo, não está dando certo e não vai continuar. Eu não acho que exista alguém na Bahia capaz de defender a empresa (a das três letrinhas). Quem é que defende que a TWB faz um bom trabalho? Será que existe algum usuário capaz de defender a TWB? Ninguém defende. Então vamos ter que mudar e é mudar para melhor”, sustentou o secretário.
Otto Alencar salientou que o governo ajudou muito para que a TWB se enquadrasse e melhorasse a qualidade dos serviços, mas foi tudo em vão.
“Nós (o governo) fizemos a recuperação da ponte do terminal de Bom Despacho, que estava para cair, recuperamos os atracadouros, o dolfin e nenhum resultado a empresa deu. O Estado comprou para a TWB motores para os navios, reversores, como estava previsto no contrato de concessão. O Estado cumpriu a sua parte, mas o resultado foi absolutamente nenhum. Então, eu não vou continuar com essa empresa”, desabafou Alencar.
Em entrevista a uma emissora de rádio, Otto Alencar confirmou desta vez a informação divulgada com exclusividade pelo JORNAL DA MÍDIA, de que a companhia Internacional Marítima sucederá a TWB nas operações do sistema ferryboat.
Só que fez a ressalva: além da InterMarítima, “outras três” empresas estão contactadas.
O vice-governador não citou o nome das outras três empresas. Talvez por uma falha de memória, ou porque essas empresas estão em segundo plano ou ainda porque já foram descartadas. Ou, o que é mais provável, porque não existam.
Pinto Não Larga o Osso – Uma coisa, própria do comportamento escorregadio e da personalidade de Pinto dos Santos, o dono da TWB, intrigou o secretário Otto Alencar.
“O que me chama a atenção é que o dono da TWB, o Sr. Reinaldo, já esteve comigo e com o governador Jaques Wagner algumas vezes para garantir que não faria a menor questão de continuar com a concessão do sistema ferryboat e que faria tudo amigavelmente. No entanto, já apelou para a Justiça diversas vezes para não largar a concessão”, observar.
A estratégia pode ter surpreendido ao secretário, mas é velha e muito conhecida na Agerba. Era com ela que Pinto dos Santos “fazia a cabeça” anteriormente de secretários da Infraestrtura e outros, de diretores e alguns assessores da Agerba. Muitos até se tornaram acionistas maior.
Pinto dos Santos não quer largar mesmo o osso. Afinal, o sistema ferryboat é altamente viável. É verdade que Pinto e outros empresários desaastrados e gananciosos que já passaram por lá, espalharam que aquilo ali é prejuízo certo. E a imprensa sempre foi nessa onda e levava informações erradas à opinião pública. O JORNAL DA MÍDIA acabou de vez com essa mentirada. A TWB sempre comeu filé, mas sempre disse para o governo que no seu prato só caía chupa molho da feira de São Joaquim.
O faturamento anual do sistema ferryboat gira em torno de R$ 70 milhões/ano. A TWB embolsa R$ 20 milhões/ano de lucro. Tudo 0800. Não paga nada ao governo (nem as multas) e não investe absolutamente nada na manutenção dos navios.
A grande interrogação que fica é a seguinte: e para onde é destinado o faturamento da TWB? Nós também não sabemos. Só uma investigação e uma auditoria ampla e em todos os níveis poderiam dizer. O que se sabe é que a empresa das três letrinhas do Sr. Reinaldo, como Otto Alencar trata a figura, ou Pinto, como é conhecido folcloricamente, formou um rol de amizade muito amplo nos bastidores do governo. Não é por pouco, afinal, que o Pinto disse textualmente aos seus empregados: “Metade do governo me apoia”.
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