Autoridades de Nova York confirmaram neste sábado que as nove pessoas que ficaram feridas numa rua próxima ao Empire State Building foram atingidas por disparos de policiais. Segundo o comissário da polícia de Nova York, Ray Kelly, dois policiais fizeram um total de 16 disparos contra Jeffrey Johnson, de 58 anos, que momentos antes matara seu ex-chefe Steve Ercolino.
O policial Craig Matthews disparou sete vezes e seu colega Robert Sinishtaj outras nove. A polícia acredita que sete destas 16 balas atingiram Johnson, que estava a menos de três metros dos agentes. As outras bala ou os fragmentos delas feriram nove pedestres. Três das vítimas continuam hospitalizadas neste sábado e, segundo a polícia, nenhuma corre risco de morte.
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Esta foi a segunda vez em duas semanas que a polícia foi involvida em um tiroteio fatal em Midtown: em 11 de agosto, dois policiais atiraram 12 vezes em um homem com uma faca, depois que este escapou de ser preso em Times Square.
O guia da patrulha proíbe oficiais de atirarem caso “eles possam expor ao risco, sem necessidade, pessoas inocentes”. Após o tiroteio de sexta-feira, o porta-voz do Departamento de Polícia, Paul J Browne, disse que os dois oficiais levaram em conta o que acontecia em volta antes de atirarem, como eles são treinados a fazer.
Um dos feridos disse que estava atrás do atirador quando a polícia abriu fogo.
— Um dos policiais me atingiu no braço — disse Robert Asika, de 23 anos, ao sair do Hospital Bellevue. — Eu entendi que eles estavam fazendo o trabalho deles, mas eles têm que ter mais cuidado ao apontarem a arma a um suspeito, para não atingirem inocentes.
Vídeo mostra ação – Um vídeo capturado por câmeras de segurança e divulgado pela polícia ajuda a reforça a tese que já vinha sendo defendida por especialistas: os tiros que atingiram pedestres na Quinta Avenida vieram de armas policiais.
Nas imagens, Johnson aparece andando calmamente entre pedestres na calçada quando percebe que está sendo seguido por dois policiais. O atirador, então, saca uma arma da sua bolsa e aponta na direção dos agentes, que reagem e o matam. Pessoas sentadas em um banco e outras que caminhavam começam a correr com o início do tiroteio. A ação durou menos de 8 segundos.
Os dois policiais vieram do sul do Bronx, e estavam trabalhando em um rodízio do programa de contraterrorismo do Departamento de Polícia realizado em locais de alto-risco. A incumbência dos policiais ali geralmente é ajudar turistas e, como os nova-iorquinos geralmente entram no trabalho às 9h, aquele dia não havia apresentado nada de diferente: um homem de terno com um pasta na mão passou por eles. Nada de suspeito.
— Eles não teriam percebido nada que chamasse a atenção — disse Browne. — Se não fosse um trabalhador que apontou o homem para os policiais e disse que ele havia acabado de atirar em alguém na esquina.
Os ferimentos nos transeuntes foram “na parte inferior do corpo, basicamente, como pernas e tornozelos”, disse Browne, acrescentando que não havia nenhuma evidência balística de que o atirador tenha acertado algum tiro durante o confronto.
Os policiais foram afastados da patrulha — prática padrão quando se descarrega a arma, segundo a Polícia.
Browne disse que os policiais são treinados para render o atirador, mas que, naquele caso, não foi possível:
— Eles estavam abordando este homem armado, e ele atira e está a mais de dois metros de distância, apontando uma arma para eles — explicou. (O Globo)