“Jayme Rangel, diretor de relações institucionais da TWB, é um cafajeste, mentiroso e moleque”. A afirmação é do diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, e foi feita a propósito de declarações de Rangel à imprensa, criticando o relatório da consultoria Fipecafi sobre o “escândalo da TWB”, denunciada por praticar várias irregularidades na Bahia.
“O estudo da Fipecafi é satisfatório. Não há falha. O estudo hoje não é mais da Fipecafí. É do governo do estado da Bahia”, sustentou Pessoa, indignado com as provocações de Rangel, ex-assessor Institucional da Agerba, hoje diretor da TWB.
Jayme Rangel ocupou cargo no alto escalão da diretoria da Agerba de março de 2007 a maio de 2008. Quando era preciso a TWB defender seus interesses na imprensa, era ele quem aparecia para dar entrevistas. Principalmente na Band News.
E criticava pesadamente o governo Wagner. E o governo não reagia. Suspeitava-se até que era combinado, porque um servidor da Agerba que levou o fato oficialmente a setores do governo e com relatório, acabou sendo demitido por exigência da TWB.
Em 2010, em suas entrevistas, Rangel responsabilizou o governo pela situação complicada do sistema ferryboat. Para ele, porta-voz da TWB, o governo não cumpria nada do que estava acordado no contrato de concessão. A TWB ”cumpria tudo”.
Ainda em 2010, foi denunciado a partir de grampos da “Operação Expresso” da Polícia Civil, por perseguir funcionários da Agerba. A nossa gloriosa imprensa da Bahia parece que esqueceu de tudo!
Dizem que o diretor Eduardo Pessoa costuma, em tom irônico, dizer que a missão de Rangel ao deixar a Agerba e se transferir para a TWB foi a seguinte: ajudar a TWB a tocar o fabuloso projeto “Beijupirá”.
Intepretando as colocações de Pessoa com base em fontes da Agerba, o JORNAL DA MÍDIA chegou à seguinte conclusão:
“É preciso afundar os navios, afundar o ferryboat, para que houvesse cativeiro suficiente para o criatório do fantástico peixe beijupirá”.
E foi o que aconteceu. O ferryboat afundou literalmente. Mas o beijupirá da TWB não foi para o prato e nem engordou a renda dos baianos.
A TWB, o Governo e o Projeto Beijupirá – Quando a TWB lançou o “Projeto Beijupirá”, que produziria toneladas e mais toneladas do delicioso peixe e que empregaria centenas de pobres pescadores da Ilha de Itaparica, recebeu elogios rasgados do governador Jaques Wagner
.
“O nosso Reinaldo (Reinaldo é o mesmo Pinto dos Santos, o nosso Pinto que galo não é, o dono da TWB) está trazendo para a Bahia, para gerar renda e emprego para o nosso povo, esse grande projeto de criação de peixe em cativeiro”. Foi mais ou menos assim que disse Wagner, na solenidade em que o governo e a TWB anunciavam a chegada do “Fest Ferry” “Ivete Sangalo”, realizada na Governadoria.
O ferry “Ivete Sangalo” teve ”custo” de R$ 35 milhões. Agora o Ministério Público da Bahia denuncia a fraude: o custo da embarcação não passou de R$ 22 milhões, exatamente o que o JORNAL DA MÍDIA tinha divulgado há dois anos. É muita coincidência.
O “Projeto Beijupirá” foi para a cucuia. O ferryboat afundou, mas a TWB não conseguiu colocá-lo em prática. A imprensa ”esqueceu” o assunto. O jornal A Tarde, por exemplo, dedicou uma página inteira ao “Beijupirá” da TWB. Coisas da Bahia.
PS.: Comenta-se nos bastidores que Pinto dos Santos, dono da TWB, não vai sair calado da Bahia. Contam que o homem tem uma agenda preta com anotações fantásticas. Portanto, é altamente recomendável que os acionistas, os padrinhos e madrinhas da TWB nos últimos sete anos botem a barba de molho.