LUÍS AUGUSTO GOMES
A sessão matinal da Assembleia Legislativa estendeu-se hoje por inacreditáveis 50 minutos. O motivo principal foi o pingue-pongue na parte final entre os deputados Paulo Azi (DEM), líder da oposição, e Álvaro Gomes, que, justiça se lhe faça, defende o governo com muito mais ardor que qualquer outro.
Azi criticava o fato de a presidente Dilma ter anunciado um programa de “privatização” de 10 mil quilômetros de rodovias e não ter tido, assim como os petistas em geral, “a humildade de reconhecer que estavam errados” quando se punham contra esse tipo de medida.
Álvaro partiu com veemência em defesa do governo Lula, que “encontrou o país destroçado”, e explicou que não se estava entregando patrimônio nacional, mas fazendo-se uma concessão, o que o levava a discordar da palavra “privatização”.
Sabedor do pavio curto de Álvaro em questões ideológicas, Azi sugeriu que o adversário era um “ex-comunista envergonhado”, provocando novamente Álvaro, que reagiu: “Eu teria vergonha era de ser um reacionário, conservador, de direita”.
Petista vê “rancor” contra governador – Antes, os deputados Elmar Nascimento (PR) e Rosembrg Pinto (PT) também travaram seu debate. Elmar atacava a “entrevista melancólica” do governador Jaques Wagner, hoje, em A Tarde, fazendo críticas à violência, que não permite campanha à noite “em lugar nenhum”, e a nota 0,1 que teria sido obtida por uma escola estadual na avaliação do MEC.
“O governador Wagner disse que vai participar ativamente da campanha do candidato Nelson Pelegrino na televisão. Ele será o melhor cabo eleitoral de ACM Neto”, provocou Elmar. Rosemberg até aceitou e referência aos risco noturnos, mas identificou “certo rancor” e um “discurso azedo” do colega contra o governador.
Disse que o índice atribuído à Escola 29 de Março foi resultado de “erro de digitação” e que o estabelecimento, na verdade, teve nota que “está na média do ensino público na Bahia”. Rosemberg lembrou ainda o empenho do governo pela segurança, citando a inauguração de uma base da PM em Lauro de Freitas.
O petista se declarou disposto a acolher críticas quando forem “necessárias e reais”, manifestando contrariedade com a fala de Elmar, que para ele não tem “a preocupação de não levar para o cidadão e a cidadã os reflexos desse debate político que só a nós interessa”. (Por Escrito)