REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
O diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessoa, está cada vez mais incisivo em suas declarações sobre o “Caso TWB”, que tem até o dia 22 próximo para se defender do processo resultante da auditoria feita pela consultoria Fipecafi, de São Paulo, apontando inúmeras irregularidades praticadas pela empresa na Bahia. Denunciada pelo Ministério Público por prática de fraudes contra o Estado, a TWB, que explora a travessia Salvador-Bom Despacho desde 2005, deve ter o contrato cancelado. Pessoa não esconde que perdeu toda a paciência com a TWB e que a tolerância para com a empresa das três letrinhas é zero ”faz muito tempo”.
“No dia 22 encerra-se o prazo dela (TWB) e no dia 23 encaminharemos o processo para a Procuradoria Geral do Estado”, afirmou Pessoa.
Portanto, no máximo até o final do mês é possível que a Agerba já esteja praticando o seu “Plano B” no sistema ferryboat, com a colocação de uma nova empresa nas operações, em caráter emergencial, sob a coordenação da agência.
O diretor da Agerba garante que a população não ficará sem transporte para a Ilha de Itaparica, mesmo diante do quadro atual do sistema ferryboat, que continua operando precariamente com dois navios e gerando protestos diários dos usuários.
A TWB jamais poderá reclamar alguma coisa, porque a Agerba lhe concedeu todos os direitos de defesa. Se a caducidade do contrato for decretada, o Estado não terá que pagar nada a quem não merece, a quem deixou de atender a população.
Pessoa evita abrir o jogo e a fornecer maiores detalhes sobre o “Plano B” para o ferry. Mas tudo indica que não haverá uma intervenção do governo e sim a colocação no sistema de um novo operador, que já foi definido.
“A população não será prejudicada. O sistema de travessia funcionará normalmente. Temos um “Plano B”, mas não posso dar mais detalhes”, sustentou Pessoa.
O JORNAL DA MÍDIA teve acesso, através de fontes da Agerba, ao nome da empresa que tomará o lugar da TWB, mas vai aguardar que a agência de regulação faça a divulgação oficial. Ou que até mesmo a ”grande imprensa” baiana, que parece ter perdido o gosto pela investigação, fure e divulgue. Trata-se de uma companhia que já faz transporte marítimo.
Eduardo Pessoa foi enfático hoje (16), em uma entrevista a uma emissora de rádio, ao afirmar que a paciência da Agerba e do governo com a TWB já está esgotada “há muito tempo”.
“A paciência acabou faz tempo, mas teríamos que adotar os cuidados necessários, era preciso nos cercarmos de garantias, para não causarmos qualquer problema ao Estado no futuro. Não poderíamos deixar que amanhã a TWB viesse a ter qualquer direito a indenização, exigir indenizações milionárias. Por isso optamos por fazer a auditoria na empresa e hoje dispomos de todos os dados, de um diagnóstico completo. São informações incontestáveis levantadas, que respaldam o governo e evitam que o Estado possa ser um dia prejudicado em uma ação judicial”, explicou.
Eduardo Pessoa garantiu que se a Agerba se respaldasse somente nas queixas da população, a TWB já teria deixado a Bahia desde o ano passado.
“Quando assumimos a Agerba (fevereiro de 2011) a situação do ferryboat já era grave. Mas era preciso se fazer um levantamento profundo da situação e por isso foi feita a auditoria. A TWB jamais poderá reclamar alguma coisa, porque a Agerba lhe concedeu todos os direitos de defesa. Alguns prazos até ela deixou de cumprir. Portanto, se a caducidade do contrato for decretada, o Estado não terá que pagar nada a quem não merece, a quem deixou de atender a população”, observou.
Advogado, Pessoa parece tranquilo com o “caso TWB”, empresa acusada de promover um sucateamento sem precedentes na frota do ferryboat e de ser denunciada pelo Ministério Público da Bahia por prática de fraudes e superfaturamento dos navios que ela incorporou ao sistema – “Anna Nery” e “Ivete Sangalo”.
“Há algum tempo a TWB deixou de ter qualquer tolerância da Agerba. Os erros se sucederam, a empresa não cumpriu nada do que assinou no contrato de concessão, presta um péssimo serviço. É tolerância zero mesmo, porque do contrário a população vai sofrer mais do que está sofrendo”, concluiu.
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