Ex-presidente da Câmara e atual candidato a prefeito de Osasco (SP), o deputado petista João Paulo Cunha usou parte da estrutura de seu gabinete para se defender das acusações de participação no esquema do mensalão. Ele tem como secretário parlamentar, desde 2008, o advogado Alan Emanuel Cavalcante Trajano, que recebe da Câmara salário bruto de R$ 18,4 mil.
Trajano é advogado de causas do PT no Supremo Tribunal Federal (STF), foi sócio de defensor jurídico de outros dois petistas réus do mensalão — os ex-deputados Professor Luizinho e Paulo Rocha — e prestou auxílio ao advogado responsável pela defesa de João Paulo Cunha no STF.
O parlamentar gastou boa parte da verba indenizatória a que tem direito para contratar a empresa de um militante petista especializada em “ações em redes sociais”. Entre fevereiro de 2011 e maio deste ano, a MPI Comunicação Digital recebeu R$ 126,5 mil do gabinete do deputado para desenvolver “ações em redes sociais, consultoria e manutenção dos perfis do deputado federal João Paulo Cunha”.
As contas pessoais do Twitter do parlamentar e do diretor da MPI, Juan Pessoa, fazem várias referências e críticas às acusações do mensalão.
A contratação da empresa é o principal gasto do gabinete de João Paulo com a chamada cota para exercício da atividade parlamentar. No site da MPI, Juan Pessoa diz já ter coordenado as campanhas presidenciais nas redes sociais de Lula, em 2006, Dilma, em 2010, e Ollanta Humala, eleito presidente do Peru em 2011. (O Globo)