REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
Salvador – Pode levar mais uma semana ou duas. Mas dentro deste prazo ou no máximo em 30 dias, o Governo do Estado deve anunciar a saída da concessionária paulista TWB das operações do sistema ferryboat. A decisão já está tomada há algum tempo e o caixão da TWB foi fechado ontem com a publicação, no Diário Oficial do Estado, de um despacho do secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, indeferindo um requerimento da concessionária, que pedia prorrogação no prazo exigido pela Agerba para investimento imediato de R$ 36 milhões no sistema ferryboat.
O despacho de Otto Alencar, indeferindo o pleito da TWB, foi feito com o respaldo de parecer da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que analisou nos últimos 30 dias uma série de documentos da Agerba e Seinfra, além de um relatório completo da auditoria feita pela consultoria Fipecafi sobre a TWB.
A situação da TWB é caótica e a do patrimônio público pior ainda. Os navios estão sucateados, depenados e, se insistisse em manter a concessionária à frente do sistema, o governo correria o risco, cada vez mais claro, de deixar milhares de baianos sem transporte para a Ilha de Itaparica. E mais: o estrago que a TWB vem causando à imagem do Governo Wagner não tem tamanho, porque sempre que o povo fala mal do ferryboat acaba culpando o governo por tudo.
Esquema Montado – A Agerba, agência do governo responsável pela fiscalização do contrato de concessão da TWB com o Estado, já montou, através do diretor-executivo Eduardo Pessoa, toda a estratégia para substituir a TWB. A empresa que vai assumir o comando do sistema já está acertada pelo menos há 60 dias e uma equipe local, comandada pelo chefe de gabinete da agência, Samir Mikhaiel Jabur Abud, envolvendo pessoal da casa e de consultores da área naval, já foi montada para fazer a transição.
Depois do despacho do secretário Otto Alencar contra a TWB, o próximo passo agora será a publicação da caducidade do contrato de concessão. O governo sabe o abacaxi que está recebendo de volta, grande parte por culpa exclusiva sua, que deixou de fiiscalizar a TWB e permitiu o tráfico de influência da concessionária dentro dos seus gabinetes. Só vai restar ao governo pedir paciência mais uma vez à população, porque a situação dos navios do Estado, a maioria sucateados, é impressionante.
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