Londres – O revezamento 4x100m livre bateu na trave nas eliminatórias e, com um nono lugar, acabou sem vaga na final da prova da natação, que acontece no fim do dia no Centro Aquático de Londres. O quarteto formado por Nicolas Oliveira, Bruno Fratus, Nicholas Santos e Marcelo Chierighini fez o tempo de 3min16s14 e o país não poderá brigar por sua segunda medalha na prova em Jogos Olímpicos, depois do bronze em Sidney 2000.
Integrante da equipe que conquistou a medalha de ouro no revezamento nos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011 ao lado de Fratus, Santos e Oliveira, Cesar Cielo foi poupado das eliminatórias e só entraria na disputa na final, caso o Brasil tivesse chances de brigar por medalha. Sem o velocista, medalha de ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre em Pequim 2008, a equipe ficou com o quarto lugar em sua bateria, atrás de França (3min13s38), África do Sul (3min13s93) e Itália (3min15s78). Na outra série, a Austrália ficou em primeiro, com 3min12s29, seguida pelos Estados Unidos (3min12s59), Rússia (3min12s77) e Bélgica (3min13s89).
Nicolas Oliveira abriu a prova para o Brasil e completou os primeiros 100m em 49s31, deixando a equipe em quinto lugar. Com 48s98, Bruno Fratus entregou em quarto para Nicholas Santos, que fez 49s68 e perdeu duas posições, deixando o time em sexto. Marcelo Chierighini fechou a prova e, com 48s17 nos últimos 100m, conseguiu bater em quarto lugar. O tempo total de 3min16s14, entretanto, não foi suficiente para classificar o país e ficou aquém das expectativas dos nadadores.
“A ideia realmente era conseguir esse lugar na final e o Cielo entrar para brigar por medalha, mas outros países surpreenderam nessas eliminatórias, como é o caso da África do Sul. Mas nos Jogos Olímpicos é assim mesmo, não é brincadeira. É frustrante para todo mundo, mas agora é colocar a cabeça no lugar, conversar e ver o que saiu errado”, lamentou Nicholas Santos.
Bruno Fratus, que fez o segundo melhor tempo do quarteto brasileiro, lamentou que a equipe tenha ficado sem um lugar na final, mas garantiu que o resultado não abala a confiança para as provas individuais. Pelo contrário: tem implicações positivas. Questionado sobre a sensação depois de chegar tão perto e terminar sem a vaga, o nadador não se acanhou.
“A sensação é de que faltam quatro dias para os 50m livre e eu vou acabar com a graça desses gringos todos. Estou querendo ir para a briga logo”, brincou o brasileiro, satisfeito com sua reação depois de entrar pela primeira vez na piscina de Londres. “Me senti muito bem, em casa. Em nenhum momento teve aquele nervosismo que te enfraquece, mas quando você passa a temporada toda treinando para os 50m livre, os 100m, que já é uma prova complicada, fica mais difícil ainda. Tentei dar o meu melhor, acho até que fiz uma prova boa, mas nossa equipe ainda precisa evoluir um pouquinho”.
Segundo Fratus, apesar da ausência na final do revezamento, falta de confiança é algo que passa longe da equipe brasileira, sobretudo depois da conquista de Thiago Pereira nos 400m medley, na véspera. “Começamos muito bem, não só com o Thiago, mas também com o ouro da Sarinha (no judô), com uma medalha de cada, é uma motivação excepcional. Tentei esperar o Thiago acordado, mas ele chegou muito tarde e não pude recebê-lo”.