Londres – Numa grande atuação, o Japão derrotou a Espanha por 1 a 0 pela primeira rodada do Torneio Olímpico de Futebol Masculino Londres 2012, em Glasgow, em jogo digno de um estádio cheio no Hampden Park, com 37.726 espectadores.
O gol da vitória japonesa saiu aos 34 minutos, em jogada de bola parada. Takahiro Ohgihara cobrou o escanteio da esquerda e o atacante Yuki Otsu deixou Martin Montoya para trás na pequena área e tocou de primeira para marcar.
No intervalo, o jogador do Borussia Mönchengladbach acabou substituído, devido a uma contusão no tornozelo esquerdo – acabou assistindo ao restante do embate no banco de reservas com o pé enfaixado. Durante alguns minutos do segundo tempo, ele ofreu um bocado, roendo as unhas. Após o apito final, porém, pôde chorar emocionado com o triunfo de seu time, que foi superior em campo de um modo surpreendente e conseguiu a liderança do Grupo D.
Sem retranca
Quando o gol saiu, os japoneses já dominavam as ações da partida, marcando muito bem o técnico time espanhol, fechando espaços no campo de ataque, sem se retrancarem. Foi desta forma que, pouco depois de Otsu brilhar, os japoneses deram mais dois sustos nos europeus.
Aos 37 minutos, rompendo o toque de bola dos adversários. Após um recuo muito longo, o lateral direito Montoya, em vez de permitir o escanteio, acabou se esforçando para tocá-la em direção ao goleiro David De Gea. O problema é que Hiroshi Kiyotake estava no caminho. Ele interceptou o passe, driblou o goleiro e bateu sem ângulo. A bola passou por toda a pequena área, sem nenhum complemento.
Aos 40, Kiyotake aproveitou outro recuo mal feito, desarmou Inigo Martínez no jogo de corpo e foi segurado pelo zagueiro espanhol quando avançava para a área, em lance que resultou na expulsão do adversário. Na cobrança, Ohgihara bateu de canhota, com efeito, por cima da barreira. De Gea ficou só olhando a bola passar pelo alto.
Chances desperdiçadas
Na volta do intervalo, sem nenhuma alteração, a Espanha seguiu com muitas dificuldades. O Japão se cansou de perder gols. A primeira chance de gol foi aos 50: o camisa 10 Keigo Higashi limpou e bateu da entrada da área, obrigando De Gea a fazer uma ótima defesa, se esticando todo para espalmar no ângulo esquerdo.
A segunda veio aos 57: em rápida linha de passes, Higashi deixou Nagai bem posicionado na área pela esquerda. O atacante chutou cruzado, com muito perigo. A bola passou perto da trave de De Gea.
Um minutinho depois, Kiyotake foi bem numa investida individual, pelo centro do campo. Ele passou por dois defensores espanhóis e, da entrada da área. A bola novamente passou rente ao poste esquerdo do goleiro.
Foram chances preciosas desperdiçadas. A partir dos 15 minutos da segunda etapa, a equipe nipônica acabou recuando como ainda nãohavia feito, já correndo um pouco menos, e a Espanha, enfim, conseguiu levar abola para o ataque. Aos 64, numa boa trama, o lateral Montoya foi lançado naponta direita, conseguiu entrar na área e cruzou rasteiro. Antes de o brasileiro naturalizado espanhol Rodrigo finalizar, a zaga cortou para escanteio.
Por cerca de 20 minutos, os ibéricos pressionaram, mas não conseguiam ameaçar de verdade o gol de Shuichi Gonda. Sua principal intervenção veio aos 79 minutos, quando o experiente Juan Mata finalizou dentro da área, e o goleiro espalmou para escanteio.
Nos dez minutos finais, dessa vez com o adversário exausto, os japoneses voltaram a progredir no contra-ataque, criando mais três belas chances, sem conseguir ampliar a vantagem. Nagai e o substituto Hotaru Yamaguchi, em especial, erraram o alvo livres dentro da área.
De todo modo, os três pontos foram garantidos, deixando a equipe em ótima situação no Grupo D, dois acima de Honduras e Marrocos, que empataram por 2 a 2.