Flagrado nos grampos da Operação Monte Carlo, o delegado da Polícia Civil de Goiás Hylo Marques Pereira está desaparecido desde o dia 14 de julho, data em que falou por telefone com a família pela última vez. Hylo foi visto pela última vez na sexta-feira (13), próximo a um hotel nas imediações do aeroporto de Goiânia. Sua caminhonete, uma Toyota Hilux, permanece estacionada no local e tem sobre o volante um bilhete que seria do delegado.
A mensagem diz o seguinte: “Viagem São Paulo. Pertence ao delegado Hylo Marques”, seguido de dois números de telefone. O bilhete seria do próprio Hylo e a família confirma a caligrafia. Uma filha do desaparecido, porém, acha estranho o fato de o pai viajar sem avisar e não atender ao celular. “Ele nunca fez isso. Tude bem. Vai para São Paulo. Ele tem uma irmã que mora lá. Porque ele não ligou para ela até agora? Ele não é de sair. Se sai, avisa a gente”, questiona a filha, que não se identificou.
A família tenta agora na Justiça autorização para ter acesso aos vídeos das câmeras de segurança do hotel e do aeroporto de Goiânia. A Polícia Civil informou que, sem o registro formal da ocorrência, não tem como abrir uma investigação sobre o sumiço do delegado.
CPI da Assembleia – Hylo Marques prestou depoimento à CPI da Assembleia Legislativa de Goiás que investiga ligação de políticos e autoridades públicas com o contraventor Carlinhos Cachoeira no dia 3 de julho. Ele admitiu conhecer o bicheiro desde 1991, pois são da mesma cidade, Anápolis. Disse que sabia das atividades de Cachoeira, mas afirmou que não tinha ligação com ele e que não tinha apelido de “Bigodinho”, conforme é citado em gravações. “Esse foi um apelido dado por eles”, afirmou à comissão. (…)
Marques afirma ainda que Cachoeira nunca lhe pediu nada e nunca recebeu dinheiro do empresário da contravenção. Ele nega também que tenha patrimônio avaliado em R$ 5 milhões, conforme consta em antiga declaração de Imposto de Renda da década de 1990, quando foi candidato a prefeito do município de Campos Verdes. (Brasil 247)