Belo Horizonte – O atacante Borges foi apresentado oficialmente como jogador do Cruzeiro no final da tarde desta terça-feira, na Toca da Raposa II. A apresentação do jogador, que foi artilheiro do Campeonato Brasileiro do ano passado, com 23 gols, foi feita pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares e pelo diretor de futebol Alexandre Mattos. Gilvan de Pinho disse que o atacante era um sonho antigo do Clube, que foi concretizado para a alegria dele e de toda a torcida.
“O Borges é um sonho antigo do Cruzeiro, não é deste ano, mas de diretorias passadas. Neste ano, como o contrato dele com o Santos terminava em dezembro, nós procuramos o clube e o atleta, conversamos com o Borges, e ele disse da vontade de jogar no Cruzeiro. Disse a ele que nós também tínhamos todo o interesse em tê-lo aqui para vê-lo fazer o que ele fez várias vezes contra a gente: aqueles gols, às vezes de última hora, quando ninguém mais esperava. Fechamos com o Santos e hoje estamos apresentando um atacante que é sonho antigo nosso, e que tenho certeza que chega para fazer os gols que estamos precisando”, disse o presidente.
Confira como foi, na íntegra, a entrevista coletiva de apresentação do atacante Borges na Toca da Raposa II.
O presidente disse que você o deixou triste várias vezes com os gols marcados contra o Cruzeiro. Agora, você chega para jogar pela Raposa. Como você vê esse novo momento?
Sempre respeitei bastante a equipe do Cruzeiro, sempre soube da dificuldade que é enfrentar o Cruzeiro, não só fora de casa, mas principalmente em Minas Gerais. Os gols aconteceram e, agora, vestindo a camisa do Cruzeiro, espero que os gols saiam à favor da Torcida cruzeirense.
Você chegou, já treinou com o grupo e tem chances até de estrear já no domingo, contra o Grêmio. Como é isso de chegar e já fazer parte dos planos?
Graças a Deus eu vinha trabalhando no Santos, fizemos uma boa pré-temporada, estávamos numa boa sequência de jogos, então, cheguei ontem, já treinei com o grupo hoje. Agora espero a documentação para ver se tenho a possibilidade de estar à disposição do treinador para domingo. Se isso acontecer, vou ficar muito feliz.
Você é artilheiro, mas não é aquele jogador que fica fixo na área. Fale um pouco das suas características.
Acho que todo mundo no Cruzeiro já conhece as minhas características, no Brasil inteiro todo mundo sabe. Hoje as informações estão muito amplas no futebol, todo mundo conhece todo mundo. Gosto muito de ficar na área, mas também gosto muito de sair. No ano passado fiz vários gols de fora da área. O mais importante é me adaptar, estar integrado com o grupo. E aquilo que o professor definir eu vou procurar fazer e bem.
Sobre a adaptação, quanto tempo você acredita que vai precisar para estar bem adaptado ao Cruzeiro?
Se Deus quiser, espero que já no domingo eu possa jogar e começar com o pé direito. Tive a oportunidade de jogar com muitos jogadores que estão aqui hoje. Então, a adaptação tem que ser mais dentro de campo mesmo, pois fora de campo já está muito boa.
Com quais atletas que estão no elenco cruzeirense você já trabalhou em outros clubes?
Joguei com Alex Silva e Souza, no São Paulo; com Wellington Paulista, no Paraná Clube, com Willian Magrão, no Grêmio, Charles, no Santos, trabalhei com o preparador físico, o Flávio de Oliveira…
E a concorrência no ataque, que tem Wellington Paulista, Anselmo Ramon, jogadores com características parecidas com as suas?
Acho que é importante no Cruzeiro, pois, no futebol, é preciso ter um grupo de qualidade para brigar pelos títulos. Quando você perde um atleta por lesão ou cartão, você tem um atleta com estilo parecido para substituir. Isso fortalece o grupo, faz com quem esteja jogando siga concentrado para não dar brecha e correr o risco de perder a posição. E quem está fora quer aproveitar essa brecha para entrar no time.
Com sua experiência, como você pode auxiliar jogadores mais jovens, que estão no elenco do Cruzeiro, e que ainda não conquistaram os títulos que você já conquistou?
O que eu posso falar é para trabalhar bastante, não achar que é o melhor do mundo, quando estiver tudo bem, e quando passar por dificuldades, não pensar que é o pior também. Tem que haver um equilíbrio. Até porque no futebol as coisas mudam muito rápido, então, você tem que estar sempre trabalhando, concentrado, para fazer o melhor.
A torcida deposita muita esperança de que você vai fazer os gols para o Cruzeiro. Como você vê isso?
Estou muito feliz, muito tranquilo, até porque, nos últimos anos, nos clubes em que passei, a responsabilidade também era muito grande. E aqui em Minas Gerais o Torcedor é apaixonado por futebol. Espero fazer os gols. Mas, independentemente de quem fizer os gols, eu prefiro imaginar o Cruzeiro brigando pelo título e, no ano que vem, disputando a Libertadores. Os títulos são o que marcam a nossa carreira. Prefiro ser campeão brasileiro pelo Cruzeiro do que ser artilheiro do campeonato. Ser campeão é o que vai marcar a minha história aqui.
Como foi o seu primeiro dia de treino na Toca da Raposa II? Coincidentemente, o Celso Roth comandou um treino de finalização…
Foi bom. Fiz exames ontem. Hoje pela manhã fiz um trabalho para ver como estava a minha parte muscular, um exame isocinético. À tarde até pensei que ia trabalhar mais a parte física, mas, de acordo com o resultado dos exames, e que deram tudo bem, fui para o campo e treinei com o grupo. Muito bom treinar finalização com eles lá no campo. Agora é pensar em melhorar a cada dia, estar bem focado, para, se Deus quiser, começar a fazer gols.
E o que você mais gosta de fazer quando está em campo?
Gols (risos). Não tem nada melhor! Poder alegrar os torcedores. A gente sabe como é a vida. O torcedor trabalha a semana inteira, esperando o seu time jogar, e vibrar e demonstrar a sua alegria, desabafar. Espero fazer muitos gols aqui.
Você chegou ontem, já teve contato com os torcedores no aeroporto e pelas ruas. O que deu para sentir nesse primeiro contato? O que espera nesse tempo de contrato, que vai até o fim de 2014?
Rapaz, para ser sincero, nem penso em sair em 2014. Quero fazer muitos gols e ficar até os 36 anos jogando aqui. Tenho 31, então, tenho muita lenha para queimar ainda. Estou muito feliz. O carinho dos Torcedores comigo pelas ruas tem sido muito grande. É uma cidade que recebe muito bem as pessoas, é acolhedora. Então, agora é só fazer o meu papel dentro de campo e, se Deus quiser, ficar muito tempo aqui.
Nas comemorações de gol, você costuma dar cambalhotas, fazer umas acrobacias. Vai manter isso no Cruzeiro?
É mais espontâneo. Joguei capoeira por 10 anos, desde moleque eu sempre gostei de dar cambalhotas. Dentro de campo, a alegria quando você faz um gol é tão grande, que fico meio louco e dou cambalhota, em alguns momentos eu levanto as mãos para o céu e agradeço a Deus. Vai muito de acordo com o momento.