AGÊNCIA ANSA
Cidade do México – O ex-candidato de esquerda à Presidência do México, Andrés López Obrador, que ficou em segundo lugar nas eleições realizadas no domingo, dia 1 de julho, afirmou que ao menos cinco milhões de votos foram comprados durante o processo eleitoral e que, por isso, não aceitará o resultado das urnas.
Em uma coletiva de imprensa, Obrador, da coalizão Movimento Progressista, disse que “a eleição não foi limpa” e acusou o Instituto Federal Eleitoral (IFE), máxima autoridade eleitoral do país, de não ter feito seu trabalho.
O ex-candidato sublinhou que tem “provas que sustentam” suas acusações e declarou que na próxima quinta-feira fixará sua postura definitiva sobre o tipo de recurso que empregará no tribunal eleitoral para combater os resultados.
“Há dois caminhos: a anulação ou a invalidação da eleição. Tudo isto estamos avaliando, não queremos nos precipitar, está em jogo o destino do país, a democracia”, indicou.
Obrador afirmou também que tem “o compromisso com os mexicanos de lutar pela transparência da eleição”, acrescentando que tem um grande número de aliados, incluindo profissionais e investigadores que estão reunindo evidências para apoiar suas acusações.
O atual presidente Felipe Calderón considerou “inaceitável” a compra de votos no processo eleitoral e pediu que a “autoridade eleitoral corrija isso de imediato” e puna esta prática. Ele, no entanto, disse não saber se esta questão “será suficiente para desqualificar uma eleição”, embora destacou que o tema “deve ser resolvido”.
Segundo as contagens oficiais, Obrador foi derrotado pelo candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI, de centro), que o superou com mais de três milhões de votos (6,62%).