Um dia após o trágico acidente na BR-324, estrada próxima à cidade de Candeias que deixou dez passageiros mortos e seis feridos, veículos sem autorização para transportar passageiros – entre vans, microônibus e carros de passeio – continuam circulando pelas estradas, e muitos dos carros se encontram em péssimas condições.
É o que informa reportagem de Silvana Blesa, na Tribuna desta quinta-feira, depois de percorrer vários pontos da cidade, principalmente na região da Brasilgás, mas não localizou nenhum funcionário da Agência Estadual de Regularização de Serviços Públicos de Transporte da Bahia (Agerba) fiscalizando os clandestinos. Já no final da manhã, uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apareceu e apreendeu um veículo de passeio que estava transportando pessoas. Na maioria dos pontos, existia a falta de fiscalização.
Na saída de Salvador, no ponto conhecido como Brasilgás, os veículos particulares estavam sendo disputados por muitas pessoas, que alheias ao perigo, preferiram adiantar a viagem ao esperar o horário dos ônibus regularizados para o transporte de passageiros. Apesar de perigoso, muita gente afirmou ser a única forma encontrada para chegar mais rápido a cidade desejada, alegando que a Rodoviária de Salvador não disponibilizava de transporte suficiente para atender a demanda da população.
Ontem o movimento dos clandestinos foi intenso nas imediações da Brasilgás, Jaqueira do Carneiro e Rodoviária em busca de passageiros. Eles alegam que essa é a única forma de sustentar suas famílias. Entre os destinos mais requisitados, a média do custo da passagem é de R$ 18 para Feira de Santana, R$ 13 para Cachoeira e R$ 20 para Serrinha.
“Não queríamos ser clandestinos, mas se a Agerba, não regulariza nossa situação, vamos continuar transportado passageiro de forma irregular. Não obrigamos ninguém a pegar o nosso transporte. Oferecemos e os passageiros aceitam”, disse o motorista clandestino Marcos Vinícius, que trabalha há 13 anos carregando pessoas.