LUÍS AUGUSTO GOMES
Não se pode deixar de notar que nos últimos meses o jornalismo da TV Bahia intensificou seu foco nos problemas de Salvador, numa aparente relação com a candidatura a prefeito do deputado ACM Neto (DEM), a cuja família pertence a emissora.
O noticiário, embora crítico, tem sido realista e comedido, dentro de padrões jornalísticos. É de se esperar que, na eventualidade de o deputado vencer a eleição, seja a mesma a postura nos próximos anos, em consonância com o interesse da cidade e da população.
A afiliada da Rede Globo na Bahia não pode voltar ao tempo do falecido senador Antonio Carlos Magalhães, quando era usada como instrumento de manipulação em favor de seu grupo político, o que chegou a exigir uma interferência da Globo.
O comportamento prometido por Wagner – O comentário faz lembrar remota conversa informal deste editor e do jornalista Levi Vasconcelos, de A Tarde, com o governador Jaques Wagner, para a qual não foi pedido sigilo, embora nenhum dos dois a tenha publicado.
Aconteceu em 2008, quando do lançamento, na Governadoria, da primeira edição da revista Bahia de Todos Nós, mostrando realizações do governo do Estado.
Após o ato solene, numa sala de eventos próxima aos elevadores, o governador, abordado pelos dois repórteres, concordou em recebê-los, em seu gabinete, para uma entrevista.
Pediu, entretanto, que aguardássemos um pouco, pois antes tinha audiência marcada com diretores da TV Bahia. Levi arriscou: “Como vai ser essa relação?”
E Wagner: “Vou dizer a eles que, se agirem como emissora de televisão, vão ser tratados como emissora de televisão. Se agirem como partido político, serão tratados como partido político”. (Por Escrito)