REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
A matéria “Deputado condena tratamento de Wagner a jornalistas”, publicada terça-feira pelo Jornal da Mídia, continua dando o que falar. A apresentadora Georgina Maynart, do Jornal da Manhã, da TV Bahia, confessou a colegas ter recebido dezenas de mensagens que se reportavam à matéria sobre o pronunciamento do líder da oposição, Paulo Azi (DEM), que chamou no plenário da Assembleia Legislativa o governador de “mal-educado” devido a seu comportamento durante entrevista à emissora.
Escrito pelo jornalista Luís Augusto Gomes, do blog Por Escrito, o texto serviu de base para matéria publicada pelo Portal Imprensa sobre o episódio. Ele relata o discurso de Paulo Azi, que criticou a “maneira pouco respeitosa, deselegante e mal-educada com que o governador Jaques Wagner tratou aqueles que o entrevistavam”. Até zero hora desta sexta-feira, a matéria havia sido lida por 1.789 leitores do Jornal da Mídia.
Mal acostumado com entrevistas em que jornalistas levantam a bola para que ele chute a gol, o governador parece não ter gostado do tom mais incisivo de Georgina Maynart e Ricardo Ishmael.
Bastou um pouquinho de pressão para que Wagner revelasse seu descontentamento com os questionamentos dos entrevistadores, como se jornalistas fossem obrigados a perguntar apenas o que não desagrade ao governante.
A entrevista começou como se estivese obedecendo ao script padrão elaborado pelo Palácio de Ondina, no qual o governador assume o comando diante das câmaras falando sem parar, enquanto o entrevistador atua como coadjuvante, limitando-se apenas a perguntar o que está previsto no roteiro oficial, estratégia que no futebol é conhecida como jogada ensaiada.
Tudo parecia crer que o padrão se repetiria na TV Bahia, mas bastou os apresentadores darem uns apertozinhos para que Wagner revelasse sua contrariedade.
Governando até agora em clima de céu de brigadeiro, com veículos de comunicação acomodados, alheios ao que se passa nos subterrâneos do poder, pelo temor de perder a publicidade oficial, o governador Jaques Wagner começa a mostrar irritabilidade com eventos que não pode controlar com mão de ferro e passaram a acontecer à sua revelia.
As greves dos policiais militares e dos professores são exemplos de momentos em que o governo perdeu o controle da situação e a mídia amestrada não teve como ignorá-los, embora continue a obedecer ao script preparado pelo Palácio de Ondina.
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