LUÍS AUGUSTO GOMES
A terça-feira será das mais importantes na nova política baiana, pois se saberá se os professores suspenderão a greve ou se o governador Jaques Wagner continuará enfrentando este que já pode ser considerado o maior desgaste de seus 65 meses de mandato.
Apesar da informação, veiculada por governistas, de que haveria uma assembleia da APLB hoje à noite, na verdade ela será realizada amanhã, às 9 horas, na área da Secretaria da Educação, e não na Assembleia Legislativa, “como forma de sinalizar uma vinculação maior com o segmento”.
O presidente da entidade, Rui Oliveira, ao declarar à imprensa que a proposta do governador, apresentada hoje em emissoras de televisão, “é um passo à frente”, aparentemente sinaliza para o fim da paralisação, embora sua argumentação possa significar que a categoria pretende viabilizar a reivindicação original.
Rui não falou, agora à noite, na TV Bahia, em concordância com a proposta, mas deu um tom político a suas declarações. “O governador disse que não negociava com os professores em greve. Nós estamos em greve e ele apresenta uma proposta para tentar sair do impasse”.
Categoria usa contracheque para falar em “engodo” – Professores que ocupam o Salão Nestor Duarte desde o início da greve, a maioria com papel de coordenação no comando do movimento, não consideram aceitável a proposta do governador. Começam por ironizar Wagner e seu périplo por emissoras de TV: “Ele inaugurou a negociação a distância”.
A questão básica, apontada num contracheque, está no jogo de números de que acusam o governo. Antes do reajuste, um mestre que tinha R$ 1.265,20 de vencimento e R$ 1.256,21 de rubricas diversas, como avanço na carreira, adicional de tempo de serviço e atividade de classe, totalizando R$ 2.521,41 brutos.
Depois do reajuste, o vencimento vai para R$ 1.659,70 e os demais créditos são reunidos sob a denominação de “vantagem pessoal”, não reajustável, segundo os professores, e o resultado são os mesmos 2.521,41 brutos da conta anterior. “É um engodo. O governador que enganar a todos e jogar a população contra os professores”, afirma um dos coordenadores.
Outro aspecto foi destacado: as parcelas de 7% prometidas por Wagner para novembro próximo e abril de 2013 “dependem de certificações dos professores, após cursos e testes que terão de fazer, e só vão beneficiar, no máximo, três mil de uma categoria de mais de 40 mil” (Por Escrito)
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