CLÁUDIO HUMBERTO
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, fez fez chegar à CPI do Cachoeira, nesta noite, suas respostas a um questionário, reafirmando que tomou decisão acertada ao suspender, em 2009, as investigações da Operação Vegas, que apurou esquema de jogo ilegal comandado pelo contraventor.
Ele havia sido questionado pelos integrantes da CPI mista sobre a atuação da Procuradoria depois que o delegado da Polícia Federal que comandou o inquérito, Raul Alexandre Marques Souza, disse em depoimento que o Ministério Público não tomou providências após a entrega do inquérito. As investigações, na época, já apontavam a ligação de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (GO) e com os deputados federais João Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO).
Na resposta por escrito, Gurgel afirmou que se não tivesse tomado a decisão de impedir a abertura do inquérito, não teria sido desvendado o esquema criminoso. Segundo ele, os “elementos colhidos na operação Monte Carlo”, posterior à Vegas, que resultou na prisão de Cachoeira, são uma “demonstração inequívoca do acerto da decisão de sobrestamento [suspensão]” da Vegas. “Se assim não tivesse agido a Procuradoria Geral da República, não se teria desvendado o grande esquema criminoso [exploração de jogos de azar] protagonizado por Carlos Cachoeira, […] mas também fraudes em licitação, corrupção de servidores, lavagem de dinheiro, entre outros delitos de acentuada gravidade”, escreveu o procurador.
Gurgel afirma que recebeu o inquérito da Vegas no dia 15 de setembro de 2009 e disse que, na análise, constatou “que não havia fato penalmente relevante que pudesse ensejar a instauração de inquérito no Supremo Tribunal Federal” e ressaltou o rigor da corte neste tipo de análise, principalmente quando envolve questões relativas à privacidade. Ainda segundo o procurador, os fatos encontrados até então eram graves, mas não configurariam crimes. Clique aqui para ler o ofício do procurador-geral Roberto Gurgel na íntegra. (Coluna de Cláudio Humberto)