O bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região que anule as escutas telefônicas das operações Vegas e Monte Carlo, base da CPI do Cachoeira.
A anulação das gravações derrubaria todas as investigações em curso contra Cachoeira e os demais integrantes da organização acusada de exploração ilegal de jogos e corrupção de parlamentares, entre outros agentes públicos.
O advogado de Cachoeira, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (foto abaixo), alega que as escutas são ilegais porque, no transcorrer das operações Vegas e Monte Carlo, a Polícia Federal investigou o senador Demóstenes Torres (Sem partido-GO) e outros parlamentares sem autorização prévia do Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa é também a mesma linha de defesa já adotada por Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, advogado de Demóstenes.
O bicheiro, que permaneceu calado no depoimento desta terça-feira, não tem a menor intenção de colaborar com a CPI. Se for chamado a depor novamente, Cachoeira deverá permanecer calado.
Segundo Bastos, Cachoeira não teria qualquer benefício em dizer o que sabe à CPI. Algumas declarações do bicheiro poderiam ainda complicar a defesa no processo que tramita contra ele na Justiça Federal de Goiás.
— Ele pode não falar nunca, se ele quiser. É um direito que o réu tem — disse Bastos, depois de acompanhar Cachoeira no depoimento à CPI. (O Globo)