As prisões das cinco pessoas acusadas de envolvimento na morte do tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários, Paulo Colombiano, e da mulher dele, Catarina Galindo, em junho de 2010, não encerram as investigações. A atenção da Secretaria da Segurança Pública (SSP) está voltada neste momento para os ex e atuais diretores da entidade.
“Agora, o foco principal é a atual diretoria e a diretoria que estava na época do crime. Todos serão investigados, inclusive o presidente. É uma questão que está muito associada à morte de Paulo Colombiano”, afirma o titular da pasta, Maurício Barbosa, em reportagem no Correio deste sábado (19). “Nós acreditamos que (no sindicato) ainda há pessoas que possam estar envolvidas com o delito”, completa.
As investigações da polícia apontaram que o crime foi cometido depois que Paulo Colombiano decidiu revisar valores pagos à empresa de plano de saúde Mastermed. O sindicato pagava R$ 35 milhões de taxas administrativas à Mastermed, valor considerado alto por ele.
O casal foi executado a tiros no dia 29 de junho de 2010. Dois inquéritos foram instaurados, a partir das mortes. Um dos inquéritos é criminal e levou à prisão de cinco pessoas na quinta-feira, entre elas o empresário Claudomiro César Ferreira, dono da Mastermed e apontado como mandante do crime. O outro investiga possíveis irregularidades administrativas do sindicato.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Manoel Machado, diz que até agora não foi intimado, mas que vai colaborar. “Estou à disposição da polícia, que fez um trabalho brilhante. Tirei um peso das costas. Foram 2 anos sofrendo com a especulação da oposição sobre a participação do sindicato na morte dos companheiros”, diz.
Questionado sobre o fato de a polícia ter recolhido documentos e computadores do sindicato, Machado disse que não pode impedir o trabalho da polícia e afirma que nunca notou qualquer tipo de irregularidade na entidade.
Manoel está na diretoria desde 1989. Antes de se tornar presidente, em 2010, passou pelos cargos de diretor, vice-presidente e tesoureiro. Atualmente, Manoel trabalha como secretário do parlamentar Jota Carlos (PT), na Assembleia Legislativa, onde está desde 2002.