Salvador – Seis mandados de prisão preventiva expedidos contra estelionatários que vinham lesando empresários baianos, cobrando deles por um suposto acordo para redução do valor de dívidas junto à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz), foram cumpridos na manhã desta sexta-feira (18), durante mais uma ação conjunta da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), da Inspetoria de Fiscalização e Pesquisa (Infip/Sefaz), e do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (GAECO).
Três dos seis mandados, expedidos pela juíza Ivone Bessa, da 1ª Vara Crime, tiveram como alvos criminosos já recolhidos no sistema prisional.
A quadrilha negociava pendências fiscais com donos de empresas, oferecendo descontos para quitação da dívida. Em seis meses de atuação os golpistas chegaram a lesar as vítimas em aproximadamente R$1 milhão. Cinquenta profissionais da Dececap, Sefaz e do MP foram mobilizados para a segunda etapa da Operação Máscara.
O esquema era liderado de dentro da Penitenciária Lemos Brito (PLB) por Antônio Marcelo dos Santos e contava com a participação do também presidiário Ivan Pereira da Silva. Os dois agiam em associação com o traficante Genilson Lima da Silva, o “Perna”, este cumprindo pena no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. O mandado de prisão de Genilson foi encaminhado ao diretor do presídio paranaense.
Também integrantes da quadrilha, Adson Souza Silva, André Sales Souza e José Carlos Barbosa, tiveram os mandados de prisão preventiva cumpridos nesta sexta-feira pela equipe da Dececap, nos bairros de Valéria e São Caetano. Eles seguem custodiados à disposição da Justiça na Unidade Especial Disciplinar (UED).
Mesmo recolhido no Complexo Penitenciário do Estado, na Mata Escura, Antônio Marcelo continuou aplicando o golpe, tentando prejudicar empresários a partir da obtenção de informações sobre débitos de empresas junto à Sefaz, para oferecer um acordo e o pagamento de apenas parte da dívida. Acreditando que se livrariam do débito, as vítimas depositavam dinheiro nas contas indicadas pelos criminosos, que se faziam passar por advogados.
Desarticulado em 24 de agosto do ano passado, o grupo liderado de dentro da penitenciária por Antônio Marcelo também era integrado por Júlio Souza, o “Judson”, transferido para o Presídio de Catanduvas. Com acesso a informações sigilosas da Sefaz, fornecidas pelo ex- funcionário da instituição Antônio Natividade, já demitido a bem do serviço público, os estelionatários se passavam por advogado, auditor fiscal, delegado de polícia, oficial da PM e desembargador, dentre outros cargos.