Redação do
Jornal da Mídia
A consultoria Fipecafi, de São Paulo, está entregando hoje (27) ao Ministério Público da Bahia e à Agerba o relatório final da auditoria realizada durante sete meses na concessionária paulista TWB.
No Ministério Público, quem vai receber a bomba é a promotora Rita Tourinho.
Conhecedora profunda do estado lastimável em que chegou o ferryboat, operado pela TWB desde 2005, a promotora é autora de várias ações contra a empresa paulista pelos prejuízos sem precedentes que causou ao patrimônio público e à população da Bahia, prejudicada e castigada por um serviço ordinário.
O calhamaço da Fipecafi chega justamente em um dia crítico no sistema ferryboat. Só duas embarcações em tráfego. Crítico, mas não surpreendente. A história se repete a cada fim de semana e se agrava em feriados prolongados.
A incompetência da TWB é do conhecimento público. O governo, que diariamente tem a sua imagem arranhada pelo caos imposto aos usuários, se cala. Finge que não sabe. E vai jogando a coisa com a barriga. Talvez por incompetência, também, ou por algum outro motivo que fica restrito aos gabinetes.
Eduardo Pessoa, diretor-executivo da Agerba, está de queixo caído. Acompanhou o trabalho da Fipecafi e passou a conhecer as mazelas praticadas contra o patrimônio público pela TWB e constantemente denunciadas pela imprensa, com ênfase no Jornal da Mídia. Mesmo assim, não calculava que o estrago tivesse a dimensão e a gravidade que tem.
Ninguém sabe onde a TWB mete o dinheiro que ganha na Bahia. Na manutenção e conservação do bem público é que não é. São R$ 70 milhões de receita/ano e lucro aproximado de R$ 25 milhões. É possível que o relatório da auditoria traga alguma pista nessa direção. É bom que tudo seja esclarecido com transparência.
Aconselha-se ao diretor da Agerba a procurar alguém para botar seu queixo caído no lugar. O médico ortopedista Otto Alencar, secretário da Seinfra, inegavelmente um profissional competente na área de ortopedia e traumatologia.
Com queixo caído ou no lugar, é preciso atitude. Não adianta ao governo insistir em tapar o sol com a peneira. Os baianos esperam e clamam por um serviço mais respeitoso, mais digno.
E não existe mais outro caminho a seguir, que não seja a imediata intervenção na TWB. O governo não tem mais desculpas, pois tem em suas mãos o resultado de uma auditoria que não deixa qualquer dúvida sobre a negligência, o gerenciamento incompetente e as irregularidades praticadas no sistema ferryboat.