Luís Augusto Gomes
Buscando afastar para bem longe a possibilidade de uma surpresa nas eleições de Camaçari, a direção estadual do PT trabalha para indicar o vereador Zé de Elísio (PP) a vice na chapa de Ademar Delgado, candidato patrocinado pelo prefeito Luiz Caetano.
O vereador, que foi presidente da Câmara em aliança com o prefeito, sonhava ser o indicado pelo governismo para a sucessão, independentemente de já estar disposto a disputar o cargo de qualquer maneira.
Caetano precisa de uma vitória expressiva para credenciar-se a permanecer na briga pela indicação petista ao governo do Estado, e nesse aspecto seria decisiva a aliança com Zé de Elísio, que é opositor mais forte que Ademar pode enfrentar.
Acordo com PRP tirou Tude da disputa – Anteriormente, num só golpe, Caetano conseguiu tirar da raia dois adversários perigosos. Foi quando negociou a participação do PRP em sua coligação, neutralizando ao mesmo tempo o radialista Marco Antônio e o ex-prefeito e ex-deputado José Tude.
O acordo, conduzido pelo presidente do PRP, Jorge Aleluia, contentou a Marco Antonio, segundo colocado nas eleições de 2008, com 22,79% dos votos, que depois de anos de crítico ferrenho havia passado a admirador incondicional do prefeito, para grande espanto no meio político.
Por outro lado, saiu muito desagradado o ex-prefeito Tude, que as pesquisas apontavam como o nome mais forte no município e agora está aprisionado nas malhas partidárias. Informa-se que ele vai recorrer à Justiça na tentativa de candidatar-se, mas o esforço é inútil ante a autonomia do partido nessas questões.
Preocupação é mais do que procedente – O trabalho pré-eleitoral de Caetano, que a direção do PT quer reforçar, é mais do que procedente. O candidato Ademar é visto como pesado, sem inserção anterior nas forças sociais da cidade, inclusive no próprio PT.
No cargo de secretário da Administração, era, nas palavras de uma fonte, “o homem que dizia ‘não’ e batia de frente com os sindicalistas do serviço público”, o que o teria tornado antipático ao funcionalismo.
Voltando ao ponto original: fazer as pazes com Zé de Elísio, atraindo-o para vice – o que já tentou antes sem sucesso –, daria mais tranquilidade a Caetano, embora observador da política local arrisque: “O vice deverá ser Marco Antonio. Só se não tivesse ele é que Caetano, numa agonia, ia buscar Zé de Elísio”.
Grande apoio – Diagnóstico de um expert ante a consideração de que o deputado Bira Corôa (PT), mesmo tendo entrado em acordo com o prefeito e retirado sua candidatura, não estaria se empenhando para o fortalecimento de Ademar: “Bira ficando quieto já é lucro”. (Por Escrito)