Luís Augusto Gomes
O monstro gigantesco da política baiana se mexe no seu sono pesado, do qual havia acordado em 2006, adormecendo novamente, e não por acaso esses tremores se dão num ano eleitoral prenhe de problemas – pontificando a severa seca em grande parte do interior.
A votação do projeto dos vencimentos dos professores, ontem, mostra sinais importantes: a abstenção do PCdoB e o voto contrário da deputada Luiza Maia (PT), que vieram se somar ao protesto solitário mais antigo de outro “governista”, o deputado Capitão Tadeu (PSB).
A unidade dentro da “esquerda” foi possível dentro do longo momento de adversidade que viveram na Bahia. Houve um período de solidariedade após a conquista do poder e hoje a realidade é outra. Todos querem sua parte, que corresponde não a ideologias, mas a lutas específicas.
“Projeto” já não consegue acalmar aliados – Professores e policiais militares, para usar os exemplos partidários do texto acima, ajudaram e eleger Wagner, que já está em seu segundo governo e, pelos fatos, não parecem sentir-se compensados.
O governo petista não pode pedir aos demais partidos aliados que renunciem a seus pleitos eleitorais em nome do “projeto” nem que abram mão de mais espaços na administração. A repetição de hegemonias anteriores, decididamente, não agrada.
Simbolicamente, agrega-se a essa inquietude a deputada Luiza Maia (PT), que, por trás da visão idílica da política que a levou a apresentar uma PEC para acabar o voto secreto dos deputados na Assembleia, tem o sonho do prefeito Luiz Caetano, a quem é ligada, de ser o próximo governador. (Por Escrito)