Redação do Jornal da Mídia
Salvador – A denúncia feita pelo Jornal da Mídia na última sexta-feira (13) apontando a ocorrência de um princípio de incêndio no navio “Pinheiro” levou a Capitania dos Portos a retirar a embarcação de tráfego.
Com o título Risco de acidente é cada vez mais evidente no ferryboat da TWB, a matéria divulga relatos de funcionários da TWB, segundo os quais várias embarcações do sistema ferryboat estão trafegando sem condições, colocando em risco a vida dos usuários.
A nota da Capitania dos Portos ao JM esclarece que após a divulgação da matéria foi enviada uma equipe de inspeção naval à sede da empresa TWB, em São Joaquim, a fim de vistoriar as embarcações “Pinheiro” e “Agenor Gordilho”.
”O ferry boat “Pinheiro”, em virtude das avarias apresentadas, foi retirado de tráfego e encontra-se aguardando vistoria da sociedade classificadora. O ferry boat “Agenor Gordilho” não apresentou irregularidades e encontra-se pronto para operar”, informa a Capitania dos Portos.
O ferry “Agenor Gordilho” também foi motivo de denúncias de empregados da TWB. Eles disseram que o navio chegou a trafegar, algumas vezes e durante a Semana Santa, com apenas um motor.
Portanto, é possível que quando a Capitania dos Portos fez a inspeção, o “Agenor Gordilho” já estivesse com o sistema de propulsão funcionando normalmente.
A nota da Capitania dos Portos diz ainda: ”Cumpre ressaltar que tais embarcações, por serem classificadas, são submetidas a vistorias periódicas por uma sociedade classificadora, e também são sujeitas às ações de Inspeção Naval, pelas equipes da CPBA”.
A TWB parece que não transporta vidas humanas. Essa empresa não merece a menor confiança (Eduardo Pessoa, diretor-executivo da Agerba)
Mesmo diante da comprovação pela Capitanias das avarias no ferryboat “Pinheiro”, que levaram a autoridade marítima a retirar o navio de tráfego, a Agerba, que é o órgão fiscalizador da TWB, nada divulgou. A agência de regulação, ao que se informa, estaria impedida por ”determinação superior” a se pronunciar sobre a situação cada vez mais preocupante do sistema ferryboat, cujas embarcações, de um modo geral, estão em estado precário, evidenciando a falta de manutenção.
Comenta-se nos bastidores da Agerba que o diretor-executivo Eduardo Pessoa não estaria satisfeito com a interferência do secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, nas decisões da autarquia em relação à TWB. É bom lembrar que a TWB não cumpre as determinações da agência fiscalizadora e que tem um débito de R$ 6 milhões em multas.
É de Eduardo Pessoa uma declaração contra a TWB que não teria se encaixado muito bem com o pensamento do secretário Alencar. Confira a declaração:
“A TWB parece que não transporta vidas humanas. Essa empresa não merece a menor confiança”.