O talentoso José Wilker, que deu vida ao personagem título da novela Roque Santeiro, é o convidado do próximo “Reviva”. O ator já participou de 45 novelas e 52 filmes, além de dirigir quatro longas. “Roque Santeiro” está em sua reta final no Viva, exibida de segunda a sexta, à 0h15.
“A trama de Roque Santeiro é uma trama tão antiga quanto a humanidade. Porque o primeiro sinal do Roque Santeiro surge na bíblia, a volta do filho pródigo. O que me parece novo na novela, diferente, é o fato de que Dias Gomes, junto com o Aguinaldo e o Paulo Ubiratan, que dirigiu a novela, é eles terem transportado essa história para um universo totalmente brasileiro”, conta Wilker.
Ele complementa: “Uma das coisas que eu acho mais importantes num trabalho de teatro, cinema ou televisão, é a escolha do elenco. O Paulo Ubiratan, que começou a dirigir a novela, que montou a novela, tinha essa habilidade excepcional. E ele escolheu um elenco que era altamente adequado. Um elenco que não só se admirava, como era capaz de inventar e se divertir no trabalho que fazia. Eram 60 atores, cada um deles com um nível de convivência bastante estreito, com um nível de afinidade bastante preciso. E todos nós num momento em que a gente achava que fazia um trabalho que era necessário para aquele momento do país. O Brasil precisava aprender de novo a lição de rir de si, de se divertir com as nossas mazelas e disso arrancar algum sentido, algum futuro”.
O “Reviva” também foi às ruas de São Paulo para ver se o público ainda lembra da história da novela e dos moradores da fictícia cidade de Asa Branca. E ainda, o especialista em teledramaturgia, Mauro Alencar, conversa sobre “Roque Santeiro” e os seus personagens mais marcantes, como a viúva Porcina (Regina Duarte) e Sinhozinho Malta (Lima Duarte).
“É uma novela que sintetiza realmente essa dicotomia na qual o Brasil vive entre o urbano e o regional, o rural. Porque você tem um lado muito forte que pulsa de desenvolvimento, o próprio Sinhozinho Malta abrindo estradas, querendo construir um aeroporto. E você tem essa questão da fé e do povo muito arraigada. Daí constrói-se um mito e vive-se em torno desse falso mito, um falso herói que abandonou a cidade”, conta Mauro.